A Associação Nacional de Educação Católica (ANEC) participou de uma audiência pública no Conselho Nacional de Educação (CNE) com o objetivo de discutir a política de pós-graduação do país. Realizada na sede do CNE, em Brasília, na tarde de terça-feira, 12/3, o evento contou com a presença de Denise Pires de Carvalho, presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

O principal objetivo da reunião foi enriquecer o discurso em torno do futuro marco regulatório, destinado a substituir a Resolução CNE n. 7/2017, que estabelece as diretrizes operacionais para programas de pós-graduação stricto sensu.

Denise Pires de Carvalho enfatizou diversos pontos-chave durante seu pronunciamento na audiência, como os papéis fundamentais da CAPES e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) como instituições importantes para a promoção da excelência em pesquisa; a confiança na solidez do cenário de pesquisa científica no Brasil, o perfil demográfico dos programas de doutorado, observando uma idade mais avançada dos participantes e instigando uma análise mais aprofundada acerca do assunto, a necessidade de aprimoramento dos modelos existentes, citando exemplos, como o programa MD-PhD da Universidade de Columbia, e a necessidade de atender às diversas necessidades e aspirações de estudantes com alto desempenho e interesse em pesquisa.

A presidente destacou, ainda, sua visão estratégica como presidente da CAPES, reforçando a importância de insights baseados em dados na formulação de políticas futuras e defendeu um aumento nos investimentos em educação pós-graduada, propondo um sistema abrangente de apoio aos estudantes, visto que o êxodo interno de talentos no Brasil representa um desafio significativo, com indivíduos talentosos abandonando a academia precocemente ou deixando de seguir a pesquisa devido a incentivos insuficientes.

A professora Denise anunciou que espera no próximo edital do PIBID incluir uma cláusula especial pensando nos pesquisadores do programa que trabalharão com a alfabetização.

Os conselheiros, entre eles o vice-presidente da Câmara do Ensino Superior no CNE, Ir. Paulo Fossatti, que também é membro do Conselho Superior da ANEC, enfatizaram a necessidade de superar vícios na comunidade acadêmica e abordaram as dificuldades enfrentadas pelas instituições privadas para sustentar cursos.  Também ressaltaram a desvalorização do trabalho qualificado de doutores no país, evidenciada pela escassez de oportunidades e pelos baixos salários oferecidos.

Pesquisa nas universidades católicas

As universidades católicas, sem fins lucrativos, demonstram um compromisso sólido com a pesquisa científica, mantendo programas de alto impacto e relevância. Essas instituições, guiadas por valores éticos e sociais, enxergam na pesquisa uma ferramenta essencial para contribuir com o desenvolvimento do país. Por meio de investimentos e parcerias estratégicas, as IES católicas buscam expandir o conhecimento acadêmico e, também, promover soluções inovadoras que abordam desafios sociais, econômicos e ambientais, alinhadas com sua missão de serviço à comunidade e promoção do bem comum.