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ANEC apresenta ao CNE pesquisa sobre a implementação do Novo Ensino Médio nas escolas associadas

10/07/2023
Por  ANEC Comunicação

Na primeira semana de julho, a Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) apresentou no Conselho Nacional de Educação (CNE/MEC) os resultados da pesquisa realizada em abril de 2023 sobre a implantação do Novo Ensino Médio (NEM) em suas escolas associadas. Na ocasião, os conselheiros da Câmara de Educação Básica do CNE receberam a Irmã Adair Sberga, vice-presidente da ANEC, e Roberta Guedes, gerente da Câmara de Educação Básica, responsáveis pelo estudo. 

Durante a apresentação, Irmã Adair e Roberta explicaram que o estudo é uma iniciativa que visa colaborar com o Ministério da Educação no processo de coleta de informações no tocante aos resultados de dois anos de implantação da Reforma do Ensino Médio no Brasil. “A pesquisa contou com a participação de 268 escolas e/ou mantenedoras e redes, que, ao responderem às perguntas, trouxeram suas experiências, percepções, considerações e sugestões para a continuidade do processo de remodelagem desse importante segmento da Educação Básica”, afirma Irmã Adair.

“Os dados colhidos no estudo são bastante significativos, pois pudemos extrair experiências, considerações e, até mesmo, sugestões para continuidade do processo. No geral, os respondentes abraçam a proposta como uma mudança importante na educação porque sabemos que estamos lidando como outra juventude neste momento”, acredita Irmã Adair. Roberta destaca que as escolas privadas foram as primeiras a implantar o NEM por questões normativas. “Por isso, tanto os desafios quanto as possibilidades nós tivemos que aprender fazendo e todas essas mudanças agregaram três elementos concomitantemente:  formação docente, currículo da escola e organização da estrutura física das instituições. Então, esse olhar recortado nesse estudo do ensino católico deverá ser exponenciado”, avalia.     

Projeto de Vida

Uma das propostas do NEM é a implementação do Projeto de Vida, que convida a escola a proporcionar um espaço para que os alunos desenhem seus objetivos atuais e futuros. Irmã Adair explica que o tema já faz parte das estratégias pedagógicas da maioria das instituições de ensino católicas. “Muitas escolas confessionais já apresentam esse componente curricular desde o Ensino Fundamental. Um exemplo disso são as Pastorais – elemento presente nesses colégios, que pretende trabalhar a formação integral dos estudantes – que já promovem esse ambiente de diálogo e momentos de encontro com os alunos para debates e reflexão”, diz. 

Para a maioria dos respondentes da pesquisa, a trajetória escolar vivenciada com a implementação do Projeto de Vida tem influenciado o processo de formação, de preferência em relação à escolha dos Itinerários Formativos (IFs), principalmente quando este é trabalhado com os estudantes desde o começo do Ensino Fundamental – Anos Finais ou no início do Ensino Médio. “Introduzido nessa fase basilar da educação, tem o potencial de possibilitar uma escolha mais assertiva dos IFs, segundo relato dos profissionais das equipes pedagógicas das redes associadas à ANEC”, afirma Irmã Adair. No caso das instituições católicas, o que norteia o nosso currículo é o projeto de vida dos estudantes”, acrescenta.  

Avanços e desafios

A vice-presidente da ANEC pontua que, de forma mais abrangente, o principal avanço percebido por grande parte dos respondentes diz respeito ao ganho de autonomia dos estudantes no contexto escolar, associado à ideia de protagonismo e satisfação de interesses pessoais por parte dos estudantes. “O aluno no centro do processo, conceito defendido pelo Papa Francisco, é fundamental nesse momento. Esse contentamento dos próprios interesses tem, inclusive, aumentado o nível de engajamento dos estudantes na escola. Isso pode representar uma consequência das propostas diferenciadas de trajetória escolar e o benefício agregado da flexibilidade curricular”, comenta. 

Já com relação aos desafios, Irmã Adair comenta que o que mais aparece no relato das associadas respondentes está relacionado à estrutura física e de pessoal das escolas, como a necessidade de contratação ou formação de profissionais capacitados, tanto para ocuparem os cargos de professores nas novas vagas de eletivas e itinerários formativos quanto para operarem na escola, atendendo à ampliação da carga horária proposta pela reforma. “Nós precisamos nos dedicar à formação dos docentes e pensar na elaboração dos materiais didáticos. E esse processo foi iniciado somente em 2017, quando aprovado pelo governo”, ressalta. 

Propostas e sugestões 

Irmã Adair e Roberta avaliam que, no que se refere aos elementos que necessitam de revisão na proposta de implementação do Novo Ensino Médio, três dimensões foram as mais citadas na pesquisa: “a necessidade de assertividade e padronização nas normativas sobre o NEM; a redução da carga horária da Formação Geral Básica (FGB) que prejudica os estudantes nas provas seletivas de ensino superior; e a formulação das disciplinas e da aplicação do Projeto de Vida, bem como um olhar para o ensino a distância. Acreditamos que o professor precisa mediar o uso da tecnologia em sala de aula”, finaliza a vice-presidente.

 


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