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Debate sobre inclusão e diversidade na Educação Superior é tema de Roda de Conversa da ANEC

06/10/2021
Por  ANEC Comunicação

O termo inclusão é usado para se referir a ações pensadas para igualar as oportunidades a grupos historicamente excluídos. Promover tais iniciativas faz com que as relações se construam a partir do convívio com a diferença. Para se aproximar desse debate é preciso também refletir a inclusão e diversidade em todas as áreas da sociedade, principalmente na educação. A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) promoveu nesta terça-feira (5/10) uma Roda de Conversa para tratar do tema “Inclusão e Diversidade na Educação Superior”.

A conversa teve a mediação do coordenador do Núcleo de Acessibilidade da UniCatólica, Pablo Regis Andrade, juntamente com a Docente e assessora escolar para inclusão, Gleidis Guerra, e a Coordenadora do Curso de Psicologia, Gláucia Benute.

A recepção foi dada pelo membro do Conselho Superior da ANEC Nacional, Pe. José Marinoni. Em sua fala inicial ele destacou que as temáticas da diversidade e inclusão vêm adquirindo maior visibilidade ao longo dos anos. “São temas recorrentes. Durante a pandemia, a gente percebeu quanta diversidade existe, mas também quanta exclusão. A gente sabe que existe políticas públicas que falam de diversidade e inclusão, uma pena que tudo isso fica no papel. Precisamos olhar numa perspectiva de afirmação democrática, de respeito mútuo, de aceitação da diferença e construção de uma sociedade que todos e todas possam ser plenamente cidadãos,” concluiu, dando assim as boas-vindas aos participantes.

Na abertura, o mediador propôs um debate sobre as principais diferenças entre inclusão e integração. Segundo a assessora escolar, Gleidis Guerra, a inclusão deve ser feita em aspectos diferentes para cada indivíduo. “O conceito de integração e inclusão, embora muitas vezes sejam usados como sinônimos, na verdade, partem de princípios completamente diferentes. O processo de integração é vivido anteriormente ao da inclusão. Inicialmente, o princípio fundamental era que o aluno tinha que se adaptar à escola. Então, a instituição não se modificava, nem a sociedade e a pessoa com deficiência tinha que arrumar os meios para se adaptar”, afirma. Entretanto, o cenário vem mudando aos poucos, “quando nós entramos em 1994 com a declaração de Salamanca, o processo de inclusão foi transformado. Então, nós partimos de um princípio que é a escola que tem que se adaptar ao aluno, mudanças têm que ser feitas. A sociedade de uma maneira geral e a educação precisam se modificar para atender a essas pessoas com deficiência”, concluiu.

Já para a coordenadora do Curso de Psicologia, Gláucia Benute, a inclusão e a diversidade só irão mudar se houver uma mudança cultural na sociedade. “O que é muito difícil porque as transformações envolvem processos que vão sendo delineados ao longo do tempo. A mudança tem que partir de dentro da instituição, e assim suscitar nos docentes e alunos o desejo de equidade, tendo toda a acessibilidade para o conhecimento, nós temos que trabalhar para que haja uma inclusão e não de integração,” conclui.

Brasil inclusivo

O Brasil fez opção pela construção de um sistema educacional inclusivo ao concordar com a Declaração Mundial de Educação para Todos na Conferência Mundial da UNESCO em 1990. Ao se tornar signatário da Declaração de Salamanca, em 1994, reafirmou esse compromisso, e deu visibilidade às questões relativas à inclusão e exclusão na educação. Desde então, instalou-se um processo de profundas transformações no sistema educacional brasileiro que teve como desdobramento mudanças na legislação e na elaboração de diretrizes nacionais para a educação, todas elas norteadas pela ideia da educação inclusiva. Para Gleidis Guerra, apesar do acordo de Salamanca, a prática inclusiva no Ensino Superior é muito recente. “O debate de inclusão no mundo começou em 1994, mas de fato foi acontecer nos anos 2000,” afirma. 

Na opinião de Gleidis uma das questões fundamentais é oferecer formação aos professores, “é preciso desenvolver essa consciência nos educadores e também desenvolver trabalhos com os outros alunos para que eles compreendam todo o processo do colega que está chegando,” completa.

Um novo tempo para inclusão 

Em um novo contexto de inclusão, a educação precisa ser ampla ao mesmo tempo que atende as necessidades individuais dos alunos, construindo um espaço realmente para todos. Na Roda de Conversa os docentes puderam explicar como fazem para colocar a inclusão em prática. Segundo Gláucia é preciso compreender o processo de inclusão como um todo. “A gente vem trabalhando muito com o objetivo de que todo nosso esforço possa acontecer de fato. Nós montamos uma equipe multiprofissional para discutir todos os processos e assim foi possível envolver professores, coordenadores para que eles começassem a compreender o verdadeiro sentido da inclusão e pensarmos juntos como fazer melhor esse trabalho,” enfatiza.

Ela ainda explica como é feito o trabalho de inclusão dentro do Centro Universitário. “Hoje nós recebemos a solicitação da acessibilidade pedagógica vinda do aluno, então é feito uma entrevista com o estudante e assim vamos analisando como podemos proporcionar uma melhor acessibilidade.” Com relação ao trabalho de inclusão, a docente esclarece: “confesso que esse processo não é fácil. Ele vem sendo construído pouco a pouco, porque a inclusão pressupõe mudanças específicas de acordo com cada um. Então estamos nesse processo”.

 


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