Cada um a partir do seu país, mas unidos pela mesma mensagem, Fabiola Yáñez e Martine Moïse, primeiras-damas da Argentina e do Haiti, respetivamente, e Augusto Zampini, Secretário do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral do Vaticano, plantaram uma oliveira como símbolo do seu compromisso com o cuidado à casa comum.
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O gesto foi realizado no âmbito do Congresso Internacional para o Cuidado da Casa Comum, um encontro virtual, global e multidisciplinar dedicado à implementação educativa da encíclica papal Laudato Si’ que reuniu investigadores, professores, pais e jovens de todo o mundo no dia 3 de dezembro. Em destaque esteve a participação de jovens líderes de comunidades indígenas como Ingrid Neuque, da comunidade indígena Mhuysqa (Muisca) da Reserva Cota-Cundinamarca na Colômbia; Tania Ávila Meneses, teóloga do Departamento de Oruro, Bolívia; Yesica Patiachi Tayori, líder do povo indígena Harakbut da Amazónia peruana; e James Mwenda, conservacionista da unidade de rinocerontes da Ol Pejeta Conservancy no Quénia central, entre outros. Veja o vídeo completo: Congresso Internacional para o cuidado da Casa Comum. “Eu sinto desde o meu ser, desde a minha comunidade e desde o meu território, que muitas das situações que levaram a nos desarmonizarmos como sociedade se devem ao facto de começarmos a fragmentar o que a natureza deixou unido”, disse Ingrid Neuque na mesa redonda, “Visão dos povos indígenas”. “Sinto e vejo esta encíclica do Laudato Si’ não apenas como uma encíclica social, mas como um manifesto, uma declaração a favor da própria vida, a favor do apelo à reconexão”, concluiu. O Congresso foi encerrado com chave de ouro com a inauguração do primeiro Observatório Laudato Si’ da Scholas, próximo de Riachuelo, município de Lomas de Zamora, Argentina, que contou também com a presença de Fabiola Yáñez, os diretores mundiais da Scholas José María del Corral e Enrique Palmeyro, o presidente da câmara municipal Martin Insaurralde e o chefe da missão da Embaixada do Haiti na Argentina, Jean Claude Cenatus, entre outros representantes do mundo académico, empresarial e sindical. Além da Argentina e do Vaticano, o Haiti teve uma representação especial neste dia graças às experiências que jovens haitianos da Scholas realizam, como o projeto de reciclagem “Pibèl Poubèl” através da arte, na tentativa de superar o grave problema do plástico na sua costa, assim como campanhas de consciencialização para a proteção ambiental nas escolas, entre outras.
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“É um prazer saber que há pessoas que querem viver e implementar os ensinamentos do Papa Francisco na encíclica Laudato Si”, disse Augusto Zampini, secretário do Dicastério para o Desenvolvimento Humano do Vaticano, no início do Congresso. “Somos parte da natureza, da criação de Deus, que nos deu uma responsabilidade única de cuidar dela. Existem certos elementos dos ecossistemas que não podem ser tocados, porque mudam a estrutura que permite a vida; sem ela não há nada para trabalhar ou cuidar”, enfatizou. “Em Laudato Si’ o Papa não fala em ajustar umas coisas ali… outras ali…: não, ele fala de uma conversão ecológica de raiz, daí o ‘radical’, por isso a importância do símbolo da árvore, uma nova fonte de vida, e para isso temos de mudar de raiz o que danifica a Casa Comum. E de que se trata? Entre outras coisas: uma mentalidade extrativista, que se alimenta da natureza e do ser humano…, também gera uma cultura de descarte … Deve ser mudada para uma cultura de encontro, porque quando encontro os outros, não posso ficar indiferente à dor dos outros”, acrescentou.
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Mensagem de Augusto Zampini para o Congresso Internacional pelo Cuidado da Casa Comum (Vídeo)
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Observatório Laudato Si’, para estudantes em todo o mundo O observatório inaugurado na Argentina espera receber alunos e instrutores de 130 universidades do mundo para trocar experiências sobre o cuidado da nossa casa comum, à luz da encíclica papal Laudato Si’. Localizado numa propriedade na Villa Fiorito, nas proximidades de Riachuelo, zona emblemática para a recuperação ambiental, este espaço terá salas de aula, pomares, áreas desportivas e tudo o que for necessário para que os jovens possam realizar o trabalho de sensibilização para o cuidado da terra. A celebração do Congresso e a inauguração do Observatório são uma continuação da resposta da Scholas ao apelo do Papa Francisco que, por ocasião do Dia Internacional do Meio Ambiente deste ano, inaugurou a Universidade do Sentido e convocou a Scholas por meio dos jovens, professores, pais e investigadores, bem como líderes de todo o mundo, para trabalharem juntos para o Global Education Compact. É também a consolidação da experiência acumulada pela Scholas nos últimos anos através de vivências e programas educacionais, como é o caso “Scholas Huertas”, onde alunos de escolas rurais e agrotécnicas trabalham juntos na aplicação de técnicas de cultivo de hortas sem utilização de agroquímicos, um convite não só para produzir os seus próprios alimentos, mas também para compreender a importância das associações na biodiversidade e nos ciclos da natureza, e na adoção de uma alimentação saudável.
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Alunos da Escola Primária Velarde e da Escola Agrícola, durante uma experiência do Programa “Huertas”, em Salta, Argentina (2016)
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Outras experiências anteriores Também têm sido relevantes as experiências da “Casa Común”, nas quais, por meio de um convénio com associações de escuteiros de países como México e Bolívia, os jovens de escolas de diversos contextos socioeconómicos e grupos de escuteiros trabalham no sentido de enfrentar a crise socioambiental que atinge o nosso planeta. Também digno de destaque neste caminho foi o Encontro Internacional Scholas de Jovens Indígenas em junho de 2019, onde jovens de várias etnias indígenas de todo o mundo tiveram um encontro pessoal com o Papa Francisco e a oportunidade de partilhar os seus sonhos, as suas dores e a dor da casa comum que é só uma. Veja o vídeo: “Uma nova história”. O Wezum, o Observatório da Juventude Scholas, também dedicou a sua segunda experiência “Scholas Talks”, no final do ano passado, a esse tema. Uma série de conversas virtuais que reuniram jovens líderes de comunidades indígenas, académicos, organizações sociais e estudantes para conversar sobre a importância e o significado de cuidar da “Casa Comum”. Veja os vídeos: Conversas Scholas “Cuidar da nossa casa comum”.
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Sobre e Scholas Occurrentes A Scholas Occurrentes é uma organização internacional de Direito Pontifício, presente em 190 países dos cinco continentes, que, através da sua rede, integra meio milhão de redes educativas. A sua missão é responder ao apelo de criar a cultura do encontro, reunindo os jovens numa educação que gere sentido. |
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