Na tarde da quinta-feira (21/3), o Fórum Nacional de Educação Católica ofereceu a seus participantes fóruns temáticos direcionados às necessidades particulares das associadas à ANEC.
Ocorreram simultaneamente quatros fóruns sob os temas:
Os participantes do evento puderam optar pela palestra que mais fazia sentido para suas realidades. Contudo, muitas associadas enviaram mais de um representante e, assim, puderam levar a visão de todos os fóruns para serem discutidos dentro das instituições.
Novos modelos de gestão para a nova economia
O fórum voltado para novos modelos de gestão foi conduzido pela palestrante Izabela Murici, da Falconi Consultoria, especialista em ESG e gestão educacional, além de gestão de mudança e métodos avançados de melhoria de resultados.
Izabela articulou sobre a necessidade de traçar metas estratégicas perenes e que sejam desenvolvidas em cadeia, de forma que todos os membros da instituição estejam envolvidos no processo.
“Sempre que eu estabelecer uma meta, eu preciso gerar um novo conhecimento, porque senão, eu faço o mesmo do dia-a-dia e não alcanço um novo patamar. Então, eu vou movimentar a instituição para gerar um novo conhecimento e chegar na nova meta”, resumiu Izabela.
Foi detalhado aos participantes do fórum que o desenvolvimento de novos desafios está diretamente ligado à sobrevivência da instituição. E, para que esses novos desafios sejam alcançados, é necessário distribuir desafios menores entres os membros capazes de contribuir com os resultados, “sempre com conexão de causa e efeito”.
A especialista falou, ainda, sobre a volatilidade do mundo, o que exige do gestor ações rápidas, simplificadas e sistemáticas. “É preciso ter tudo bem estruturado”, onde haja desconexão dos processos diários, que o pensar e o agir estejam diretamente relacionados, através de revisões frequentes e interativas. Além do uso de ferramentas que favoreçam essa agilidade, com monitoramentos semanais, e ações inseridas na rotina diária de cada instituição.
Izabela concluiu dizendo que cada instituição de ensino deve evoluir a cada ciclo, de forma que conduza os processos no seu ritmo, no seu segmento, no seu cenário e dentro de sua capacidade de resposta. E, apesar de as mantidas poderem ter suas estratégias próprias à luz do plano diretor, é preciso que a mantenedora dite as diretrizes e cobre os resultados.
Ressignificando a Educação Superior no Brasil – os próximos passos
No fórum temático sobre o Ensino Superior, os integrantes da mesa apresentaram algumas soluções para ressignificar os trabalhos das universidades no país, como os estágios probatórios e o aperfeiçoamento do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade).
O debate contou com a presença do diretor de Avaliação da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), Ulysses Teixeira, do vice-presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE) e conselheiro da ANEC, Ir. Paulo Fossati, e do reitor da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), Pe. Pedro Rubens.
De acordo com o representante do INEP, o debate foi importante para o aperfeiçoamento da avaliação do ensino superior. “Discutimos propostas que estão ligadas com a avaliação diferenciada dos estudantes do curso de licenciatura, e outra parte, que está relacionada a criação de outros tipos de indicadores que possam caracterizar melhor as diferenças institucionais e as especificidades de cada curso”, disse Ulysses Teixeira.
Ulysses ressaltou que o Brasil possui o sistema “mais completo e mais complexo do mundo” para apresentar os resultados das 2.600 instituições de ensino superior. “Uma novidade que estamos propondo para os cursos de licenciatura neste ano é uma avaliação das competências práticas desenvolvidas nos estágios supervisionados e a criação de novos indicadores para ter melhores evidências educacionais. Isso poderá ajudar não só a induzir a qualidade, mas também direcionar a oferta, porque os estudantes vão conseguir enxergar melhor o que eles estão procurando”, disse.
Já Ir. Paulo Fossatti destacou as visões das políticas educacionais, fazendo um paralelismo entre política versus sistema de avaliação, cenário conservador versus inovador, lógica das diretrizes versus lógica dos indicadores e dando destaque à identidade, à missão e à natureza das IES. Além disso, abordou o fluxo de processos dentro do sistema e-MEC.
O autodesenvolvimento para uma gestão de excelência
O autodesenvolvimento para uma gestão de excelência na Educação Básica foi um dos assuntos debatidos durante os fóruns temáticos. A mesa foi conduzida pelo Irmão Vanderlei Siqueira, atual Superior Provincial da Província Marista Brasil Centro-Sul, e por José Leão, também do do Grupo Marista, graduado em Filosofia, mestre em Educação, com MBA em Administração de Empresas.
Na ocasião, foi apresentado o programa de desenvolvimento de lideranças maristas, denominado Liderança profética e servidora desde o contexto no qual o Grupo estava inserido na implementação às estratégias utilizadas, seguindo o modelo de desenvolvimento de líderes de Ram Charam, Pipeline de Liderança, em que a metodologia parte do entendimento de que a liderança é uma habilidade que pode ser aprendida e desenvolvida.
Também foi destacada toda a jornada do programa, assim como os resultados alcançados e o sucesso para garantir a vitalidade e a sustentabilidade em manter os pilares fundamentais do carisma do Grupo.
Ao longo do fórum temático da Educação Básica, quatro pilares fundamentais para o autodesenvolvimento foram destacados pelos palestrantes: consciência, responsabilidade, investimento e gratidão.
Por uma evangelização coerente: explorando a pastoralidade com inteligência
O fórum voltado para a Pastoral foi conduzido pelo palestrante Irmão Paulo Soares, ou Irmão Paulinho, da Rede Marista, que iniciou a fala com um vídeo em que a cantora Maria Bethânia interpreta um sermão do padre Antônio Vieira, o Sermão de Santo Antônio, realizado em São Luís do Maranhão, em meados de 1600. A partir disso, ele discorreu sobre o fato de o serviço pastoral não poder ser 100% coerente, uma vez que, ao assumir essa coerência completa, perde sua essência de ser — pois a coerência dentro da Pastoral deve ser uma postura (algo que depende do ser humano) e não um produto, que se não for perfeito pode ser trocado.
O palestrante compartilhou que uma Pastoral coerente tem Jesus e Seu Evangelho como centro da instituição e da proposta educativa, pois Jesus é o maior modelo de coerência para todos e colocando Ele no centro, tira-se o foco do clientelismo.
Já ao abordar a inteligência pastoral, foi frisado que a Pastoral não é um produto, mas um agir das pessoas, ou seja, passível de erro. Contudo, a Pastoral deve andar de mãos dadas com a educação integral da instituição, para que as famílias e os estudantes entendam que viver a fé não precisa ser algo independente, separado da vida cotidiana.
Para o Irmão Paulinho, uma pastoral inteligente deve conversar com várias áreas do âmbito educacional, como:
O Ir. Paulo Soares concluiu, citando uma frase de Ailton Krenak que diz: “Uma evangelização coerente, que pode promover uma pastoral inteligente é uma que não se afasta da ancestralidade da pessoa de Jesus de Nazaré”, que está ancorada no passado, mas é capaz de mirar no futuro e dialogar com as diferentes vertentes da educação, desde o currículo, até as complexidades dos dias de hoje.
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