Em fevereiro, a Igreja Católica abriu oficialmente a Campanha da Fraternidade 2023. Com o tema Dai-lhe vós mesmos de comer!, a proposta é uma reflexão sobre o tema da fome a partir da perspectiva cristã, sensibilizando a sociedade para o enfrentamento deste flagelo que atinge 9,8% da população global, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU).
Por meio de uma temática rica do ponto de vista pedagógico e didático, a CF 2023 permite trabalhar todas as áreas do conhecimento e muitas das competências da Base Nacional Curricular Comum. Por isso, a Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) promoveu um webinar com o Padre Júlio César Evangelista Rezende, assessor nacional do Setor Educação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), para debater sobre a importância da inserção da ação nas instituições de ensino.
De acordo com dados da ANEC, 99% das escolas católicas do Brasil abordam a Campanha da Fraternidade durante o ano letivo em uma gama de propostas pedagógico-pastorais: projetos, encontros, formações, celebrações, aulas, pesquisa, dentre outras. No campo da educação, é urgente educar as crianças e jovens para que consigam olhar para o outro e se compadecer; sejam capazes de questionar as estruturas injustas da sociedade e que sejam desapegados dos bens materiais e capazes de doar solidariedade o que tem.
Atuação das escolas católicas
O Padre Júlio César explica que a Campanha da Fraternidade traz como objetivo permanente despertar um espírito comunitário cristão da busca do bem comum, educar para a vida em fraternidade e renovar a consciência da responsabilidade de todos em vista de uma sociedade justa e altruísta. “O flagelo da fome deve nos envergonhar como cristãos e nos convidar a adotar uma nova postura diante daqueles que sofrem. Nós, enquanto educadores, devemos estabelecer o compromisso e propor esforços para transformar essa realidade a partir do diálogo com nossos estudantes e educar para uma solidariedade concreta, fundamentada no evangelho do nosso senhor Jesus Cristo“, afirma.
Parafraseando trecho da oração da CF 2023 “Livrai-nos do pecado da indiferença com a vida”, o palestrante defendeu que a missão dos docentes cristãos é educar para a sensibilidade. “Nós não podemos deixar de envolver e despertar nas crianças, jovens e adolescentes que estão em nossas salas de aula a compaixão de ver para além do seu mundo. Devemos buscar envolvê-los de maneira que eles percebam sua responsabilidade pelo bem comum. Daí a importância de uma linguagem comum de todos os componentes curriculares, pois, ao provocar o aluno em diferentes ambientes e momentos, essa consciência comunitária poderá florescer em cada um”, pontua.
Na mesma linha, a Irmã Adair Aparecida Sberga, Diretora Nacional e 1a Vice-Presidente da ANEC, ressalta a importância de um currículo evangelizador que trabalhe a aprendizagem voltada ao serviço e à solidariedade. “Todos os conteúdos devem ter em vista a formação de um ser humano com dignidade, ciente de seus direitos e deveres de cidadão, além da consciência voluntária. Precisamos estimular a pedagogia do cuidado com o próximo e da colaboração para que a sociedade possa viver melhor”, detalha. Roberta Guedes, Gerente da Câmara de Educação Básica da ANEC, acrescenta que a Campanha da Fraternidade propõe uma temática que precisa ser ostensiva: “da educação infantil ao ensino superior. Como escolas católicas, devemos denunciar, professar e fazer a diferença”, conclui.
A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil preparou uma página dedicada à Campanha da Fraternidade com indicações pedagógico-pastorais para incorporação das diretrizes da CF nos diversos segmentos das escolas católicas, confira. Além disso, nas redes sociais, o perfil também publica dicas de desenvolvimento da Campanha nos diversos segmentos da educação e áreas do conhecimento. Confira o perfil da ANEC no Instagram.
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