A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil realizou o encontro para fomentar ações e reflexões sobre a excelência na gestão de instituições de Educação Católicas; primeira palestra abordou o futuro do trabalho e da educação
A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) realiza entre os dias 23 e 25 de setembro o Seminário Nacional de Gestão na Educação Católica. O encontro teve como objetivo fomentar ações e reflexões sobre a excelência na gestão de instituições de Educação Católicas. Entre os temas das palestras estão: O futuro do mundo do trabalho e da educação; O impacto do Ensino Híbrido para a educação brasileira; e O desafio do pacto educativo. O evento foi online e gratuito.
A cerimônia de abertura do seminário contou com a presença do Padre João Batista, Diretor-Presidente e Presidente da Câmara de Ensino Superior da ANEC, da Irmã Iraní Rupolo, Presidente do Conselho Superior da ANEC, da Irmã Adair Sberga, Presidente da Câmara de Educação Básica, do Frei Mário José Knapik, Presidente do Setor de Animação Pastoral e da Irmã Marli Araújo da Silva, Membro Câmara de Mantenedoras.
Os representantes da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil reforçaram que o período de pandemia possibilitou aprendizado e crescimento. O Padre João acredita que o ser humano é resiliente, sendo capaz de criar oportunidades mesmo em momentos de dificuldade. “Nesse sentido, nós reunimos educadores para nesses três dias buscarem saídas para essas dificuldades administrativas e pedagógicas. Vale ressaltar que não existe uma realidade 100% tranquila na gestão e sentimentos como medo e ansiedade são inerentes ao ser humano. Por isso, asseguro que são com as dificuldades que nós conseguimos evoluir”, diz. Na mesma linha, a Irmã Iraní afirma que este período permitiu fazer renascer a esperança. “Nós estamos aprendendo e fazendo ao mesmo tempo. Não tivemos um período hábil para adaptação. A partir da gestão pedagógica, administrativa e pastoral pudemos fortalecer nossa responsabilidade com a educação”, declara.
Conforme os religiosos, a educação é a protagonista na formação de uma nação. A partir desta ideia, o Frei Mário explica que é necessário atentar-se à construção de um mundo com mais amor, união, justiça e paz. “Desejamos fortalecer a identidade da educação católica, por meio dos princípios católicos nas escolas e universidades que se expressam no compromisso da educação humanizadora. A mensagem divina continua ecoando em nosso tempo, por meio da dinâmica do servir, da escuta ativa, do diálogo construtivo, do respeito à diversidade e da cultura de paz”. Para a Irmã Adair, o alcance deste objetivo depende de uma gestão delineada. “A gestão é peça chave para o funcionamento e desenvolvimento e isso não acontece sem preparação, informação e bom planejamento. No âmbito escolar, envolve o gerenciamento dos recursos, na compreensão de que tudo está interligado, sendo que o principal objetivo envolve o sucesso nas áreas pedagógica e financeira, refletindo no futuro da sociedade”, expõe.
A Irmã Marli finalizou a cerimônia de abertura defendendo que o futuro da educação é agora. “Como disse o Papa Francisco, nós vivemos uma mudança de época e não apenas uma época de mudanças. Vivemos tempos que nós nunca pensamos que viveríamos, não pensávamos que as mudanças aconteceriam tão rápido e, nós, gestores educacionais, precisamos estar preparados para assumir o que temos para hoje. Por isso a ANEC se preocupa em perceber que o amanhã para a educação já chegou”, conclui.
Futuro do trabalho e da educação
O futuro do mundo do trabalho e da educação foi o tema em debate na primeira palestra do webinar. O encontro contou com a colaboração de Luciano Sathler, Reitor do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix e Membro do Conselho Deliberativo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Lúcia Maria Teixeira, Presidente da Universidade Santa Cecília e Presidente do Semesp (UNISANTA). A mediação foi realizada pela Irmã Marli Araújo da Silva, Presidente da Câmara de Mantenedoras.
Ao longo da conversa, os especialistas debateram abordando projeções e perspectivas para as organizações educacionais relacionadas com aspectos educacionais e o mercado de trabalho. Luciano pontuou que o mundo está presenciando um aumento da desigualdade corroborado pela tecnologia. “Mudanças globais na organização da produção e das formas de produção, tem levado a redução e precarização dos postos de trabalho. Nós vivemos no tempo da chamada economia digital e esse cenário nos trouxe a necessidade, cada vez maior, de pessoas extremamente qualificadas. Entretanto, as oportunidades não são as mesmas para todos. Assim, eu defendo que devemos passar a enfatizar o aprendizado e não o ensino, a base conteudista. Ou seja, atentar-se ao processo de aprendizagem, ensinar as pessoas a aprender e focar no significado, no propósito. Os indivíduos deverão adquirir novas competências e habilidades aprofundadas para acompanhar as transformações digitais. Por isso, necessitamos repensar a nossa arquitetura curricular”, compartilhou Luciano.
Para Lúcia, o futuro é construído pelas decisões diárias que influenciam no cenário como um todo e, a educação é baseada, justamente, em uma visão de futuro: “no ser humano e na sociedade que queremos desenvolver. Vale refletir acerca de quem e como queremos formar, a partir do desenvolvimento humano e social como os principais objetivos. Devemos ensinar o senso crítico, para que tenhamos novas maneiras de pensar e assim poder mudar a realidade em que vivemos, semeando o contato humano. Para isso, precisamos incentivar o debate, o diálogo com os estudantes, com as famílias e com os próprios colaboradores da instituição de ensino. Além disso, é válido preparar os profissionais da educação para este novo cenário”, afirma.
A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil tem como finalidade atuar em favor de uma educação de excelência, assim como promover uma educação cristã evangélico-libertadora, entendida como aquela que visa à formação integral da pessoa humana, sujeito e agente de construção de uma sociedade justa, fraterna, solidária e pacífica, segundo o Evangelho e o ensinamento social da Igreja. Além disso, proclamar a liberdade de ensino consagrada na Declaração Universal dos Direitos Humanos, na Constituição da República Federativa do Brasil e nos ensinamentos do magistério eclesial. Promover ainda a pesquisa científica, a extensão social e o desenvolvimento cultural a serviço da vida. Para mais informações, clique aqui.
Para busca pelas associadas, utilize a ferramenta diretamente na página Associadas
Para as demais buscas no site, use palavras-chave que facilitem sua busca. Não é necessário utilizar conectivos, artigos ou conjunções. Ex: “seminário mantenedoras” em vez de “seminário de mantenedoras”