Experiências com o novo ensino médio, plano educacional individualizado e gestão e liderança nas escolas católicas foram os temas escolhidos pela ANEC para a 1ª Super Tarde Pedagógica da Educação Básica.  O encontro virtual, que ocorreu nesta quarta-feira (07/04), reuniu educadores e gestores educacionais de diversas instituições confessionais católicas do país.

O primeiro palestrante do evento, o professor James Ribeiro, Mestre em Educação pela Universidade Católica de Brasília, apresentou dados do seu projeto de pesquisa de mestrado, com o tema ‘Gestão e Liderança na escola confessional católica frente ao mercado educacional brasileiro’. O educador, Diretor do Colégio Marista de Taguatinga, ressaltou a importância histórica das escolas católicas para a educação e defendeu maior protagonismo do segmento no setor educacional brasileiro.

“Nós, enquanto escolas católicas, precisamos nos posicionar cada vez mais, porque temos uma história de muito significado para educação brasileira e temos que manter esse protagonismo. Para isso, devemos enfrentar a concorrência desleal, agressiva e predatória do mercado. Por isso, é fundamental inovarmos e modernizarmos as estruturas, sempre com foco em resultados acadêmicos e também financeiros, para que possamos reinvestir nas nossas instituições”, afirmou James Ribeiro.

O educador defendeu ainda mais sinergia entre as instituições católicas. “O nosso grande desafio é o trabalho em rede. As congregações e as escolas, cada uma fica no seu mundo, e isso precisa mudar. Precisamos pensar de forma conjunta, e não somente na nossa escola, na nossa rede”, alertou o especialista.

Já à professora Elisa Medeiros, da rede La Salle, coube o compartilhamento de experiências com a implementação do novo Ensino Médio. Com Mestrado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a especialista apresentou dados de uma pesquisa realizada com mais de quatro mil alunos sobre suas percepções em relação ao Ensino Médio. O levantamento de multi questões revelou que para a maioria dos estudantes (75,5%) o Ensino Médio tem como principal objetivo o ingresso na Educação Superior. Em segundo lugar, com 65,9%, os alunos disseram cursar esta etapa educacional focados em uma boa colocação no mercado de trabalho. A busca por conhecimento apareceu em terceiro lugar, indicada por 53,3% dos alunos ouvidos no levantamento.

“O sentido do Ensino Médio para os estudantes ainda está muito presente na questão de acesso ao Ensino Superior. Acreditamos que o significado do Ensino Médio não pode ser apenas o vestibular. Ele é importante, mas não pode ser o fim maior. O aprendizado deve ser o principal”, destacou a educadora.

Sobre a adaptação ao novo Ensino Médio, a especialista afirmou que as experiências da instituição foram muito positivas. “O novo Ensino Médio para nossas escolas foi muito bem aceito. Percebemos uma boa adesão por toda a comunidade educativa, sempre com relatos positivos e inclusive de aumento de alunos”, complementou Elisa Medeiros.

Tratando sobre inclusão nas escolas, a pedagoga Aline Novais Ximenes, que possui mestrado em Educação pela Universidade Católica de Brasília, falou sobre a importância da elaboração de um plano educacional individualizado, que respeite as singularidades de cada aluno. “Existe uma necessidade de rompermos com a questão dos conceitos. Ou esse aluno é integrado ou ele é incluso. Lembrando que a inclusão não está mais reduzida a um conceito de igualdade, mas também de equidade, que requer um atendimento de acordo com a demanda de cada aluno”, explicou.

De acordo com a especialista, o principal beneficiado com este processo educacional individualizado é o aluno que possui deficiência. “Esse é um direito adquirido por lei. Quando falamos de inclusão, não é aquele sonho dourado, é uma proposta que demanda olhar de todos os envolvidos no processo educacional e quem mais ganha com isso é o aluno com deficiência, que recebe um atendimento especializado  e individualizado”, destacou Aline Novais Ximenes.