Como parte da atividades da Semana Nacional da Família na Arquidiocese de São Paulo, foi realizada na noite da quarta-feira, 12, uma live com o tema “Família e Educação”, promovida pela Pastoral Familiar e a Região Episcopal Sé.
Entre as temáticas em destaque estiveram a importância do diálogo entre a família e a escola; a família como espaço amoroso para a educação; compromisso comunitário e educação; e o Pacto Educativo Global proposto pelo Papa Francisco.
No começo do encontro virtual, os participantes viram uma mensagem gravada do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, motivando-lhes a viver esta semana de modo intenso em família, para refletir sobre a realidade familiar.
Dom Odilo apontou que o isolamento social, necessário em razão da atual pandemia de COVID-19, proporcionou uma maior proximidade das pessoas nas famílias, com consequências positivas, como a redescoberta da Igreja doméstica: “Onde dois ou mais estão reunidos no nome de Jesus, ali também Ele está. Então, as casas podem ser verdadeiras comunidades de Igreja, pequenas Igrejas do lar, pequenas comunidades eclesiais”.
Missão educadora
A live, mediada por Paulo Moregola, das Edições Loyola, teve como debatedores principais Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese, Vigário Episcopal para a Educação e Universidade e Bispo Referencial para Pastoral Familiar; Irmã Cláudia Chesini, Secretária do Conselho Superior da Associação Nacional de Educação Católica (ANEC); e o Professor Gabriel Perissé, Doutor em Filosofia da Educação (USP) e Doutorando em Teologia (PUC-RS).
Dom Carlos ressaltou que a Igreja, assim como as famílias, se empenha pela educação, seguindo o mandato de Jesus aos apóstolos – “Ide e ensinai a todas as gentes”.
“As famílias, na verdade, são as primeiras responsáveis pela educação de seus filhos. A Igreja também exerce sua missão educadora desde sempre, mas em relação aos filhos, quem tem a primeira responsabilidade da educação são os pais, por isso o tema educação e família tem uma grande importância nessas reflexões que estamos fazendo nesta semana”, apontou, destacando, ainda, que os investimentos em educação são os melhores legados que se pode deixar às futuras gerações.
Pacto Educativo Global
Durante a live, a Irmã Cláudia Chesini, que também é pedagoga, coach em Educação, Mestre em Engenharia de Produção e especialista em Direito Canônico e Magistério da Igreja sobre a Vida Consagrada, falou sobre o Pacto Educativo Global, proposto pelo Papa Francisco.
Trata-se de uma aliança global pela educação, na qual se enfatiza que o progresso social da humanidade passa pela educação, que é compreendida como um instrumento importante para formar as gerações futuras. Os esforços do Pacto devem envolver todos os profssionais, dos mais variados títulos, que lecionam ou fazem pesquisas, os agentes e gestores públicos, as pessoas que se ocupam com o futuro das novas gerações e os próprios jovens, enquanto sujeitos de seus processos formativos.
A Irmã apontou que o Pacto ajudará a resgatar o valor da educação na vida das crianças e jovens, e que dependerá do engajamento das famílias para ser colocado em prática.
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Todos vivem na casa comum
Já o Prof. Dr. Gabriel Perissé, que também é mestre em Literatura Brasileira pela USP, ressaltou que a humanidade como um todo é composta por um só povo, vive-se em uma aldeia global.
Ele avaliou que nos últimos anos, o pacto educacional foi quebrado, pois a humanidade se esqueceu que todos vivem em uma casa comum, o que põe em risco a vida das próximas gerações.
O professor fez votos que o Pacto Educativo Global não beneficie apenas um grupo seleto, mas toda a humanidade e estimulou que as famílias pensem em como podem contribuir para o bem da coletividade e não apenas na educação dos próprios filhos.
A força do exemplo
Recordando a vida pública de Jesus, Dom Carlos destacou que Ele primeiro se preocupava em praticar as boas virtudes para depois ensiná-las aos demais
“Jesus é pobre, porque nasce pobre e fala desse valor do grande desprendimento. Jesus é humilde e disposto a servir, e nasceu para servir e não ser servido. Depois, Ele pede para fazermos o mesmo. Essa é a força do exemplo, e a mesma coisa acontece com os educadores e os pais: ambos têm que seguir o mesmo sistema pedagógico – primeiro praticar, depois ensinar –, para, desse modo, conseguir a esperada educação integral que o Papa Francisco propõe, e que não significa simplesmente a transmissão de aprendizado e de conteúdo por parte dos professores, mas ensinar os alunos a serem verdadeiros cidadãos, membros de uma comunidade”.
O Bispo disse, ainda, que os professores também têm a missão de acolher os problemas que são expostos por seus alunos, até como maneira para encaminhar soluções em conjunto com os pais.
Por fim, o Bispo considerou que com o Pacto Educativo Global, o Papa Francisco propõe que todas as forças da sociedade se empenhem em favor da educação. “Por meio das escolas, formando a juventude, podemos criar uma mentalidade de verdadeira solidariedade social. Somos responsáveis por todos e cada ação nossa repercute de alguma forma na sociedade, nas outras pessoas”.
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