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Um chamado à união entre as religiões por um mundo melhor

23/04/2020
Por  ANEC Comunicação

Carta da Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara (ABEF)

Francisco de Assis é uma figura histórica respeitada para além das fronteiras do catolicismo. Ele se desfez de bens materiais em solidariedade aos necessitados e foi a primeira pessoa a ter uma notória relação de irmão com a natureza. Foi pioneiro também no diálogo entre religiões diferentes, pela paz, com o sultão muçulmano Malik Al-Kamil em 1219. É, portanto, uma grande referência espiritual não só para católicos, mas também evangélicos, espíritas, budistas, judeus, adeptos dos cultos afro-brasileiros e de outras tradições religiosas. Foi a partir dessa experiência que o papa Francisco convocou para o Encontro da Economia de Francisco a ocorrer na cidade italiana de Assis, havendo destaque, neste processo, para a mobilização que ocorre no nosso país através da Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara (ABEFC). Adotamos esse nome por todo o valor evangélico também de Clara de Assis e pela compreensão de que feminino e masculino devem caminhar necessariamente lado a lado, sem superioridade.

Na carta de princípios da ABEFC é destacada a busca da passagem do egoísmo à generosidade; a humana dimensão da espiritualidade; a opção preferencial pelos pobres; a distribuição justa do dinheiro público; a renda básica da cidadania e os impostos sobre grandes lucros e fortunas. Diante desta imensa crise do coronavírus, nós conclamamos as diversas comunidades religiosas a se unirem em prol do apoio concreto e imediato aos mais necessitados, principalmente quem menos pode circular, afinal: ‘quem tem forme, tem pressa’. Tal apoio pode se dar tanto em auxílio direto e também divulgação de iniciativas solidárias grandes – destacamos o portal da internet www.todomundo.org – quanto em termos de efetivação e estímulo a práticas comunitárias locais junto com sindicatos e outras entidades. Dentre elas ressaltamos:

  1. a ajuda entre vizinhos;
  2. a manutenção, com o maior salário possível, de todos empregados afastados, inclusive as domésticas;
  3. a prioridade às compras no pequeno comércio local;
  4. a abertura de prédios religiosos para as pessoas receberem doações e higienização;
  5. a suspensão, se possível, ou então a oferta de descontos em aluguéis de residências por três meses, a doação de: alimentos, remédios, produtos de proteção, higiene e limpeza, roupas e cobertores lavados e a realização de compras no lugar de

Há outras práticas solidárias que podem e devem ser realizadas e que nós estimulamos. É através dessas ações que a Economia de Francisco e Clara, aos poucos, se concretizará no cotidiano de todos nós.

Saúde, paz e bem!


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