O Senado Federal realizou, nesta sexta-feira (28), uma Sessão Especial dedicada ao Pacto Educativo Global e ao legado do Papa Francisco, cujo falecimento completou seis meses. A iniciativa, proposta pelo senador Flávio Arns (PSB-PR) com apoio institucional da Associação Nacional de Educação Católica (ANEC) e da PUC Paraná, reuniu autoridades legislativas, eclesiásticas, acadêmicas e estudantes para reafirmar o compromisso do Brasil com uma educação integral, fraterna e voltada ao bem comum.
O Pacto Educativo Global, lançado por Francisco em 2019, segue inspirando instituições de ensino no Brasil e no mundo. Seu objetivo central permanece atual: colocar a pessoa no centro, reconstruir vínculos sociais e formar uma ampla aliança entre famílias, escolas, universidades, governos e entidades civis.
O relançamento da iniciativa pelo Papa Leão XIV, em 2025, trouxe novos eixos — espiritualidade, humanização do digital e promoção da paz — reforçando o caráter ético e transformador do pacto.
Em mensagem lida no plenário pelo estudante da Universidade Católica de Brasília (UCB) Pedro Paulo, o cardeal José Tolentino, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação da Santa Sé, destacou que o pacto é mais que um documento.
“O Santo Padre recorda-nos que toda educação autêntica deve ajudar a construir mapas capazes de orientar a vida, a acender o desejo de gerar. O Pacto Educativo Global não é um documento, é um caminho, é uma promessa, é uma cultura de esperança”, disse na carta.
O representante da CNBB, padre Júlio César Evangelista Resende, reforçou o impacto global do pacto. “A convocação feita por Francisco nasceu das solicitações de organismos internacionais que reconheceram nele uma voz lúcida e profética em meio a um mundo fragmentado. O Pacto Educativo Global oferece um horizonte comum”, explicou.
Ao presidir a sessão, o senador Flávio Arns reforçou que o Congresso tem papel decisivo na consolidação do pacto no país, especialmente durante a revisão e votação do Plano Nacional de Educação (PNE), que definirá diretrizes para a próxima década.
“O debate no Congresso deve refletir a consciência da sociedade. Quanto mais essa visão fraterna se espalhar, mais condições teremos de transformá-la em políticas públicas”, afirmou.
Arns ressaltou que Francisco e Leão XIV apontam “caminhos possíveis e concretos” para que o Brasil avance rumo a uma sociedade do diálogo, da escuta e da participação.
A presidente da ANEC, irmã Iraní Rupolo, afirmou que o pacto se alinha diretamente com a missão da educação católica:
“Educar é dignificar a pessoa humana. Leão XIV nos convida a imaginar novos mapas de esperança e a integrar espiritualidade, tecnologia e paz como fundamentos educativos. A Casa Legislativa tem papel crucial ao regulamentar políticas que alcançam toda a educação — pública, privada e confessional.”
A atuação da ANEC, segundo a irmã Iraní, tem buscado fortalecer projetos institucionais, articulação pública e iniciativas de formação alinhadas aos dez compromissos do pacto.
O reitor da PUC Paraná, irmão Rogério Mateucci, destacou o simbolismo de levar o debate ao Parlamento.
“Trazer o Pacto Educativo Global para uma casa de leis é um gesto de coerência com sua própria proposta. É integrar universidade, Estado e sociedade civil na promoção de uma educação inclusiva e transformadora”, disse.
Representando as universidades católicas da América Latina, o padre Anderson Pedroso, reitor da PUC Rio e presidente da ODUCAL, reforçou a importância de superar barreiras e assumir responsabilidades conjuntas:
“Francisco nos ensinou a quebrar muros e construir pontes. A educação só avança quando escutamos, acolhemos e decidimos juntos”, declarou.
Para a presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil, Ir. Maria do Desterro, a convocação de Francisco ecoa na prática diária das congregações religiosas.
“A vida religiosa está onde a vida pede socorro. O pacto reafirma a centralidade da pessoa e a espiritualidade como ponte de paz. Participar desta sessão é reafirmar nosso compromisso com a educação e com todas as forças que defendem a dignidade humana”, enfatizou.
O universitário Pedro Paulo Viana, da Universidade Católica de Brasília, destacou que ser ouvido em um ambiente legislativo reforça a relevância da participação estudantil. “Como estudante me sinto honrado em estar participando do evento, isso é sinal de que a voz dos estudantes também é ouvida”, disse.
Já Paula da Silva Nogueira, do Colégio Marista de Brasília, lembrou que a educação vai além do conteúdo e destacou a importância da escuta.
“Educar hoje exige abrir espaços de diálogo real, em que jovens e adultos possam se encontrar de igual para igual, com respeito mútuo e coragem para aprender uns com os outros o sentido da vida”, declarou.
Sobre a ANEC
A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) é uma instituição sem fins lucrativos, de caráter educacional e cultural, representante da Educação Católica no Brasil, e unida em comunhão de fé com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB).
A instituição atua em favor de uma educação de excelência para promover uma educação cristã, entendida como aquela que visa à formação integral da pessoa humana, sujeito e agente de construção de uma sociedade justa, fraterna, solidária e pacífica, segundo o Evangelho e o ensinamento social da Igreja.
A ANEC atua em 900 municípios do Brasil, realiza 172 obras sociais e tem como associadas 901 escolas, que incluem Creche, Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio, e 81 instituições de Ensino Superior, que atendem a mais de 1,5 milhão de alunos, além de 357 mantenedoras.
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