É no ritmo acelerado da zona oeste do Rio de Janeiro, que um colégio católico privado se destaca pela permanência e valores cultivados há mais de um século. Fundado pelas Irmãs Franciscanas do Sagrado Coração de Jesus, o Colégio Franciscano Santo Antônio não se restringe a transmitir conhecimento: é um espaço de experiências onde ética, espiritualidade e compromisso social se unem, inspirados pelo legado de São Francisco de Assis.
Em um país que enfrenta incontáveis desafios na educação, com índices de evasão escolar em alta e recursos cada vez mais escassos no ensino público, a instituição mantém sua rotina impregnada de rituais simples, porém simbólicos. A saudação diária do “Paz e Bem”, repetida por estudantes, professores e religiosas, não é apenas um cumprimento: é um ato simbólico em favor da convivência fraterna e do diálogo.
Integrante de uma rede presente em diferentes regiões do país, a instituição conserva uma identidade própria, moldada pelo contato próximo com a comunidade e pelo cuidado personalizado com cada aluno. Essa proximidade reforça uma tradição iniciada no século XIX, quando as primeiras religiosas franciscanas chegaram ao Brasil e colocaram o protagonismo feminino no centro da missão educacional.
Hoje, essa liderança é personificada pela madre geral, Irmã Mônica Maria de Sousa, pedagoga e religiosa há mais de quatro décadas. “Transformar o mundo começa pelo cuidado com cada um dos nossos alunos”, afirma, em uma frase que condiz com a filosofia que perpassa cada sala de aula. Conforme a religiosa, ensinar vai muito além do repasse de conteúdos: é um ato político e espiritual, no qual escuta e incentivo se tornam ferramentas tão importantes quanto os livros.
Na conjuntura atual, marcada por cortes orçamentários e incertezas sobre o futuro da educação, o Colégio Franciscano Santo Antônio continua sendo uma espécie de refúgio, e, para muitos, um símbolo de resistência.
A trajetória dessas mulheres à frente da escola reforça como sua dedicação atravessa gerações e influencia reflexões sobre educação e liderança feminina na busca por uma sociedade mais justa.
Pesquisas atuais apontam o impacto da educação católica no país. Segundo a Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC), a cada R$ 1 de isenção fiscal concedida às instituições católicas retornam R$ 24,34 para a sociedade, evidenciando o retorno social significativo desse modelo educacional. Além disso, essas instituições desempenham um papel fundamental na formação humana e cidadã dos brasileiros, contribuindo para a construção de um Brasil justo e compassivo.
Texto e foto: Clécia Rocha