Provocar crianças e adolescentes para se exprimirem criativamente é, talvez, o maior desafio para o aprendizado e desenvolvimento da linguagem. Pelo sistema discursivo, dificilmente mobilizamos seus impulsos criativos.
Por outro lado, brincar faz parte do cotidiano de qualquer criança ou adolescente.
Foi pensando nisso que o filme “Difícil É Não Brincar” (https://youtu.be/OgDm99tQzOk) foi construído. Ele registra dificuldades e prazeres que crianças e adolescentes vivenciam em pequenos distritos do interior de Minas dedicados à mineração – Lobo Leite, Miguel Burnier e Motta. A brincadeira foi o meio utilizado para dar vazão à criatividade, espontaneidade e originalidade dessas crianças. Mesmo quando respondem a perguntas, estão brincando de “jogo da verdade”. Tanto que muitas delas não conseguem relatar aquilo que as envergonha. Ficam envergonhadas. Além disso, o “jogo da verdade”, como outras brincadeiras, expuseram bullying, racismo e agressões que professores e pais só vieram a conhecer quando viram o filme. Ao mesmo tempo, brincar suscita cooperação, criatividade, entendimento, empatia, adaptação à convivência em grupo. Um antídoto às agressões ocultadas que ocorrem diariamente apesar da atenção de professores e direção das escolas.
O resultado do uso da brincadeira para a construção das cenas foi surpreendente. O filme foi selecionado como melhor filme em sua categoria nos dois festivais de que participou: 31º Festival Internacional de Curta-Metragens de São Paulo e 18º Festival Internacional de Cinema Infantil.
Os comentários mostram a riqueza da linguagem alcançada pelas crianças e adolescentes:
“Como pedagoga e arte-educadora”, diz Kenia de Melo Rocha, “vejo que esse documentário pode ser disparador para reflexões urgentes e para reinventarmos sonhos em realidades. Dá para promover muita discussão e diálogo entre professores da rede pública, afinal, ele traz pontos importantes a serem revistos, reinventados.”
O cineasta Quiá Rodrigues afirmou que o filme “possibilita a reflexão e discussão sobre a importância do brincar, do jogo de cena para o crescimento pessoal da criança.”
“Como psicóloga e educadora fiquei empolgada!”, relatou Maria Cristiana Seixas Villani, psicóloga clínica e professora de Psicologia da PUC Minas. “Vi um conteúdo didático, prato cheio para trabalhar com os alunos e com pedagogos e educadores de maneira geral.”
“Fiquei flutuando feito balão”, revelou Julio Felício, designer gráfico. “Senti a alma do Pasolini, Fellini, boi-bumbá, violão, clube da esquina, estação trem de doido, coração…”
“Todos esses sentimentos, narrativas, sonhos e desejos parecem ter saído de dentro de mim”, exclamou Luis Eguinoa, gestor cultural. “Todos os jogos, brincadeiras e receios são meus também. Será que somos todos assim?”
É por isso que disponibilizo o filme “Difícil É Não Brincar” para que este órgão o avalie como possível ferramenta didática para uso em sua rede de ensino. Acredito que o filme pode servir como referência e estímulo à abordagem, pelos professores, da brincadeira como recurso didático, além de provocar a imaginação e criação dos alunos.
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