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Campanha da Fraternidade 2024: ANEC incentiva atividades pedagógicas ligadas ao tema da campanha

19/02/2024
Por  ANEC Comunicação

Na segunda-feira (5), a Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) realizou um workshop sobre a Campanha da Fraternidade de 2024, visando a formação teórica para os educadores e agentes de Pastoral Escolar sobre “Fraternidade e Amizade Social”, tema da campanha deste ano.

O encontro foi promovido pelo PastoLAB (Laboratório de Pastoralidade), programa da ANEC que visa a formação continuada dos coordenadores e agentes de Pastoral das instituições educacionais católicas do Brasil, e apresentado por Gregory Rial, coordenador de Animação Pastoral da ANEC. 

Tendo como enfoque a campanha, que este ano completa 60 anos no Brasil, o workshop contou com a participação de representantes da associação que, além de introduzir o tema da CF, se aprofundaram nas questões pedagógicas que a englobam. A abertura do evento foi realizada pelo Frei Mário José Knapik, diretor pastoral da ANEC.

Todos os anos, a campanha recebe um tema e um lema, os quais são escolhidos a partir de três objetivos permanentes. “O primeiro trata sobre despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo em particular os cristãos na busca do bem comum”, explicou o diretor pastoral da ANEC.

O segundo objetivo, conforme citou o Frei Mário, é de educar para vida em fraternidade a partir da justiça e do amor, tendo como centro o evangelho. O terceiro e último objetivo é renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação da Igreja na evangelização, na promoção humana em vista de uma sociedade justa e solidária. 

Sobre a escolha para 2024, o diretor da ANEC relembrou duas frases do Papa Francisco, que traduzem o tema da campanha deste ano. O Pontífice afirmou que a fraternidade é a capacidade de nos unirmos e trabalharmos juntos, com um horizonte partilhado de possibilidades, enquanto a amizade social é uma fraternidade aberta, que permite conhecer, valorizar e amar todas as pessoas independentemente da sua proximidade.

Para Frei Mário, a amizade social permite acolher, valorizar e amar todas as pessoas, independentemente de cultura, classe social, religião, profissão, idade e assim por diante — sendo o antídoto para a superação do hiperindividualismo, entre outras formas de isolamento social. “Para que a fraternidade e amizade social se tornem cada vez mais uma realidade entre nós, na sociedade geral e no mundo, é fundamental praticar o que nos ensina o lema: vós sois todos irmãos e irmãs (cf. Mt 23,8).”

Roberta Guedes, gerente da Câmara de Educação Básica da ANEC, também participou da abertura do evento, no qual ressaltou a importância da Pastoral para a gestão das instituições católicas. “Uma escola em pastoral deve respirar e transpirar a Campanha da Fraternidade, não só na quaresma, mas todos os dias”, explica a gerente. “Em um tempo em que temos ouvido muito sobre o ódio, sobre a guerra, sobre a destruição e a indiferença, não podemos nos acostumar com a barbárie (…) Acredito que a Campanha da Fraternidade traz elementos concretos para enfrentar tudo isso. Vamos esperançar!”, concluiu a gerente.

Questões pedagógicas ligadas à Campanha da Fraternidade 2024 

Segundo um levantamento realizado pela ANEC, 99% das escolas católicas trabalham a Campanha da Fraternidade em algum espaço — seja na sala de aula, em projetos ou na Pastoral. Com a participação do Pe. Julio Cesar Rezende, assessor da Comissão Episcopal para Cultura e Educação da CNBB, a professora Vandeia Lúcio Ramos e o Pe. Diego Andrade, iniciaram-se as discussões sobre “Como levar a amizade social para a sala de aula?”.

Segundo o Pe. Julio, a Campanha da Fraternidade sempre escolhe um tema que esteja relacionado com a realidade do país e suas necessidades, visando trazer soluções sob a luz de Cristo. “Ao longo destes 60 anos, é possível ver a forte contribuição da Campanha da Fraternidade para a evolução da sociedade brasileira como um todo.”

Neste ano, a ANEC propôs um projeto pedagógico pastoral interdisciplinar que percorra esses 60 anos da Campanha da Fraternidade, visto que ela perpassa diversos âmbitos da ação educativa e das áreas do conhecimento — dando oportunidade para tratar as várias dimensões do tema de 2024.

No entanto, diferentemente dos anos anteriores, a ANEC decidiu mudar a sua estratégia, visando abordar o tema e toda sua complexidade de maneira que seu impacto superasse os limites das salas de aula. Dessa maneira, a proposta de ações para as escolas foi estruturada visando diversos eventos ao longo do ano, que aproximassem os alunos das vivências da fraternidade.

Segundo o Pe. Diego Andrade, o tema deste ano é muito mais abrangente, sendo mais “vivencial do que visível”. “A amizade social não vai tratar de um problema específico, mas de tudo que engloba suas vivências, dentro e fora da escola — incluindo as dificuldades com a aceitação de grupos entre os adolescentes”, explica.

E, apesar do tema ser muito propício para trabalhar as relações interpessoais nos ambientes escolares, principalmente o bullying, o Pe. Júlio ressalta que as instituições não podem desconsiderar que o assunto é muito mais amplo que isso, pois estariam negligenciando o seu propósito. 

Conforme ressaltou a professora Vandeia Lúcio Ramos, frente ao cenário de polarização no Brasil, as escolas têm a oportunidade de promover discussões saudáveis e construir espaços que permitam e incentivem a pluralidade, não como um defeito, mas como um dom de Deus. “O lugar mais oportuno para promover a reconciliação nas famílias e nas comunidades é a escola.”

A professora ainda destaca que, muitas vezes, as escolas possuem uma mentalidade muito tecnicista e a campanha propõe uma nova leitura para a educação, visando olhar o trabalho e a realidade das escolas, pelo viés da amizade social e do cuidado do outro. Ela ainda afirma que é um desafio encontrar o equilíbrio e a perspectiva dentro do contexto das instituições, de maneira que o tema vá além do tempo da quaresma e seja algo que vai trazer sentido, propósito, significado e uma dinâmica diferente da sala de aula, propondo um novo caminho para os alunos. 

Gregory Rial reforça a fala da professora ao afirmar que a sala de aula é um local muito fecundo. “Precisamos trazer o diálogo e olhar para nós, educadores. Precisamos ser ferramentas de argumentação e construção de conhecimento quando nossos estudantes tiverem questionamentos.”

“Nossas diferenças no ser, no pensar e no agir, não nos podem dividir ou separar. Nossas diferenças são riquezas e oportunidade de crescimento”, conclui Frei Mário. 

Visando auxiliar educadores e associadas, a ANEC disponibilizou uma série de materiais de apoio em seu site, desde indicações pedagógico-pastorais para tratar o tema da CF 2024, quanto ações da gestão educacional em prol da campanha. Confira aqui!


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