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Ambientes autônomos produzem alunos autônomos

20/09/2022
Por  ANEC Comunicação

Ao participar do Seminário Nacional de Gestão Pedagógica da ANEC, o professor e psicólogo Luciano Melo, destacou a importância das instituições de ensino estimularem o desenvolvimento da autonomia e do protagonismo dos estudantes no ambiente pedagógico. Com experiência de mais de 23 anos em administração escolar, o especialista explicou que um ambiente educacional onde os alunos não são ouvidos e não participam de alguma forma do planejamento escolar, são prejudiciais ao desenvolvimento das habilidades e do processo de aprendizagem.

“O indivíduo não desenvolve a sua habilidade de autonomia e protagonismo se ele não tem voz e vez em sala de aula. A autonomia é um processo complexo que se constrói com base em variáveis internas e externas. As internas estão relacionadas a fatores como estrutura emocional da criança e a capacidade de raciocínio, por exemplo. Já os fatores externos possuem relação com questões culturais, papel da família na formação desse indivíduo e outros fatores relacionados às vivências desse estudante”, explica Luciano Melo, que é graduado em Filosofia e Psicologia.

No entanto, o especialista adverte que o nível de autonomia que o professor deve dar para cada aluno deve ser definido pelo seu grau de maturidade. “Ser autônomo não pressupõe desconsiderar a existência de regras. O autônomo tem uma maturidade do ponto de vista cognitivo que o faz aceitar determinadas regras e ao mesmo tempo ser um ser autônomo. Sem participação nas decisões não há desenvolvimento de autonomia”, alerta Luciano Melo.

Uso de indicadores – A importância da coleta de indicadores, bem como da utilização dos seus resultados para a melhoria dos índices de aprendizagem dos alunos, também foi debatida durante o encontro. Doutora em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Brasília (UnB), a professora Deysiane Pontes citou diversos tipos de indicadores que as instituições podem produzir para aprimorar e acompanhar o desenvolvimento estudantil da escola.

“A escola é uma fábrica de dados. Temos que estar o tempo inteiro transformando dados em informações para que possamos subsidiar nosso plano de ação. O professor gasta muito tempo fazendo e corrigindo avaliações dos alunos. Será que estamos utilizando esses dados de fato? Estamos comparando o desempenho das diferentes turmas do mesmo nível? Comparamos uma turma de um determinado ano com um ano anterior? Todas essas informações podem ser geradas para contribuir com a gestão escolar”, explica.

De acordo com a especialista, que atualmente é Gerente Socioeducacional da rede de escolas do Marista Centro-Norte, um dos fatores que dificultam a coleta desses dados é a cultura da culpabilização nas instituições.  “É fundamental sair desse paradigma de culpabilização. A elaboração de indicadores da instituição não devem ser feitos para culpar este ou aquele professor. Precisamos olhar para esses dados como instrumentos  de apoio para o processo de ensino e aprendizagem. Discutir dados, indicadores, metas e planejamento estratégico deve ser uma tarefa para toda a instituição. A gente precisa saber onde quer chegar. É preciso fazer avaliação constante para ajuste de rota”, defendeu Deysiane Pontes.

Presente no debate, o Controller da Rede Damas Educacional, Euvaldo Ruiz, que possui Graduação em Ciências Contábeis pela UNICAP, também ressaltou a importância da cultura da gestão de acompanhamento de indicadores.  “O planejamento estratégico é fundamental. Não adianta só escolher a rota, é preciso medir se estou nela. Por isso, é fundamental a instituição ter uma cultura da gestão do acompanhamento. É preciso avaliar, para saber se a missão está sendo cumprida. Para isso, todos devem estar envolvidos nessa missão, desde a portaria à alta gestão”, defendeu.


Remodal

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