Fortaleza foi o cenário escolhido para sediar, entre os dias 2 e 4 de julho, o VII Congresso Nacional de Educação Católica, promovido pela Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC). O evento marcou os 80 anos da instituição e reuniu aproximadamente 2,5 mil participantes, entre educadores, gestores, religiosos, parlamentares e autoridades, em torno de reflexões profundas sobre os rumos da educação católica no Brasil.
A programação teve início com a celebração da Santa Missa, presidida por Dom Gregório Paixão, e o lançamento do ícone “Jesus, Mestre da Esperança”, sinalizando o espírito de fé e compromisso que acompanharia toda a jornada. A conferência inaugural, conduzida por Dom Francisco Agamenilton, destacou o papel das instituições católicas na promoção dos direitos fundamentais previstos na Constituição de 1988, reforçando que educar é, também, evangelizar.
Ao longo dos dias, o Congresso promoveu uma série de debates sobre os desafios contemporâneos da educação. A primeira mesa-redonda, intitulada “Comunicar a fé em um mundo multifacetado: desafios e estratégias de fortalecimento da identidade confessional na Educação Católica”, reuniu Dom João Justino e Ir. Carolina Mureb Santos, sob mediação de Ir. Claudiano Tiecher. Os painelistas alertaram para os riscos do fechamento institucional e da repetição acrítica do passado, defendendo que tradição e escuta precisam caminhar juntas.
Na sequência, a segunda mesa-redonda abordou a “Governança de instituições católicas para um futuro promissor”, com falas de Geani Moller e Jorge Siarcos, sob mediação do Ir. Jardelino Menegat. Os especialistas discutiram os pilares da transparência, responsabilidade, sustentabilidade e autonomia na gestão, apontando caminhos para alinhar a boa administração aos valores cristãos, sem abrir mão da excelência e da fidelidade à missão evangelizadora.
No segundo dia, a terceira mesa-redonda tratou do compromisso da educação católica com a inclusão e o respeito à diversidade. Com mediação do Pe. Diego Andrade de Jesus Lelis, participaram Patrick Wagner de Azevedo, Rosemary Francisca e Suely Menezes. O grupo discutiu práticas pedagógicas de acolhimento real, currículo antirracista e superação do preconceito, com base em dados que mostram a expressiva atuação das escolas católicas no atendimento a estudantes com necessidades especiais.
Ainda na quinta-feira, a quarta mesa-redonda trouxe como tema “Educação em tempos de emergência climática: a agenda da ecologia integral na gestão, no currículo e na formação de atitudes para uma consciência planetária”. Participaram Ir. Afonso Murad, Marina Oliveira e Aleluia Heringer, com mediação da Ir. Marli Araújo. O debate reforçou a importância de ações concretas das escolas para além do discurso ambiental.
No terceiro dia de evento, a quinta mesa-redonda abordou um dos temas mais atuais: a inteligência artificial na educação. Com a mediação do Ir. José de Assis Elias de Brito, os painelistas Fernando Trevisani e Rosa Maria Vicari discutiram as perspectivas éticas, pedagógicas e sociais da tecnologia, destacando a necessidade de manter o ser humano no centro da formação.
Lançamento de documentos
Durante o Congresso, a ANEC lançou dois materiais de grande relevância. O primeiro foi o livro “As Origens da Pedagogia Cristã”, de autoria do Pe. Charles Lamartine, uma obra baseada na pedagogia de Jesus, que propõe um itinerário formativo inovador. O segundo foi o documento “Linhas de Ação Pastoral para Escolas Católicas”, apresentado por Ir. Carolina Mureb Santos, resultado de um processo coletivo de escuta com as redes associadas. O texto propõe quatro horizontes pastorais — identidade, integração, evangelização e humanização — como inspiração para a missão evangelizadora das escolas.
Além das conferências e mesas-redondas, o Congresso ofereceu uma ampla programação de salas temáticas, conduzidas por nomes, como Rossandro Klinjey, Francine Porfírio, Aldi Roldão, Christian Coelho, Liliane Pellegrini, Fabrício Félix, Márcio Sanchez, Alexandre Nicolini, Vidal Martins, Pe. Charles Lamartine, Gregory Rial, Roberta Guedes, Joaquim Alberto Silva, Adriane Menezes, Israel Batista e Aleluia Heringer. Os temas abordaram desde saúde mental, inclusão e evangelização até inovação no ensino superior, marketing educacional, comunicação institucional, legislação e sustentabilidade.
Um dos momentos mais emocionantes da programação foi a celebração dos 80 anos da ANEC. A cerimônia solene, realizada ao fim do segundo dia de atividades, reuniu homenagens, memórias e agradecimentos à trajetória da associação, reconhecida nacionalmente por sua atuação em prol de uma educação pautada na fé, na justiça e no bem comum.
Na conferência de encerramento, Ir. Adair Aparecida Sberga e Ir. Paulo Fossatti refletiram sobre a necessidade de educar corações e mentes para a esperança, mesmo diante de tantos desafios contemporâneos. O momento, mediado por Francisco Morales, reforçou o papel da escola católica como espaço de espiritualidade, acolhimento e transformação social.
Ao final do evento, o presidente da ANEC, Pe. João Batista, e a vice-presidente do Conselho Superior, Ir. Adair Sberga, encerraram oficialmente o evento com a leitura de uma carta especial, que sintetizou os principais aprendizados, destacou os pontos altos da programação e reforçou a importância do compromisso coletivo com uma educação católica cada vez mais humana, inovadora e evangelizadora.
Próximo destino do Congresso Nacional de Educação Católica
Encerrando com chave de ouro, foi anunciado que o próximo Congresso Nacional de Educação Católica acontecerá em 2027, na cidade do Rio de Janeiro. O anúncio simboliza a continuidade de uma caminhada conjunta em defesa de uma educação integral, comprometida com o humano e inspirada no Evangelho.
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