O Ministério da Educação divulgou nesta terça-feira, 6, os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) — Programme for International Student Assessment —, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O desempenho médio dos estudantes brasileiros na avaliação de leitura foi de 407 pontos, valor significativamente inferior à média dos estudantes dos países membros da OCDE: 493. O desempenho médio na rede estadual foi de 402 pontos, enquanto na rede municipal observou-se desempenho médio de 325.
Em entrevista coletiva, o ministro da Educação, Mendonça Filho, previu que o protagonismo de estados e municípios deve ajudar a melhorar os índices de leitura. “Nossas ações levarão prioridade para a alfabetização, em parceria com os municípios no que diz respeito ao ensino fundamental”, afirmou. A criança mal alfabetizada acumula mau desempenho no ensino fundamental e chega ao ensino médio com deficiências muito graves, que prejudicam o desempenho global da educação.”
Estudantes da rede federal de ensino tiveram o melhor desempenho em leitura (528 pontos) e superaram a média nacional, mas não estatisticamente diferente do desempenho médio dos estudantes da rede particular (493). Por unidade federativa, o Espírito Santo teve melhor desempenho (441 pontos) e Alagoas, o mais fraco (362). Em todas elas, o desempenho em leitura das meninas superou o dos meninos. A Bahia apresentou a maior diferença (34 pontos) e Mato Grosso do Sul, a menor (8).
Os estudantes brasileiros mostraram melhor desempenho com textos representativos de situação pessoal (e-mails, mensagens instantâneas, blogues, cartas pessoais, textos literários e textos informativos) e desempenho inferior ao lidar com textos de situação pública (textos e documentos oficiais, notas públicas e notícias). Itens com textos contínuos foram mais fáceis para os estudantes brasileiros. Esses textos são definidos por sua organização em orações e parágrafos, típicos de textos argumentativos, contos e romance, por exemplo.
Itens com textos em formato combinado foram mais difíceis para os estudantes, o que correspondeu, de modo geral, a índices de desempenho mais altos. O formato de texto combinado caracteriza-se pela junção de parágrafos em prosa e listas, gráficos, tabelas ou diagramas. Itens que envolveram localização e recuperação de informação foram mais fáceis para os estudantes brasileiros, enquanto aqueles que envolveram integração e interpretação foram mais difíceis.
Fonte: MEC