Os ministérios da Saúde e da Educação anunciaram na última quinta(2), edital para a abertura de vagas em cursos de medicina em instituições privadas nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte do país. A iniciativa é parte do Programa Mais Médicos, lançado pelo governo federal em 2013, e visa a selecionar previamente os locais onde deve haver aumento de oferta de vagas em cursos de medicina. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, informou que a meta é abrir 11.447 mil vagas de graduação em medicina até 2017 e elevar o número de médicos do Brasil para 600 mil até 2026, partindo da base 374 mil médicos de junho de 2013.
Na visão do governo, atualmente a criação de vagas em cursos de medicina se dá de acordo com os interesses das escolas privadas. `Isso fez com que estivéssemos historicamente uma grande concentração nas capitais das regiões Sul e Sudeste`, disse Chioro. `É o Estado brasileiro regulando ponto a ponto, a partir do programa Mais Médicos, a expansão dos cursos de medicina no país.`
Esse é o segundo edital voltado à criação de vagas de cursos de medicina no âmbito do Programa Mais Médicos. O primeiro foi lançado no ano passado e, de acordo com dados dos dois ministérios, chegou a 39 cidades de 11 estados do país. O Ministério da Saúde afirma que os profissionais da medicina hoje se fixam nos locais onde fazem a graduação e a residência médica, o que contribui para uma maior oferta de médicos no mercado nas regiões Sul e Sudeste, onde há maior parte dos cursos de medicina. Por isso, a meta é levar a formação de médicos a regiões onde há menor concentração de atendimento médico e, com isso, motivar a fixação de profissionais nesses locais. Com o edital, serão abertas 1.887 vagas em 22 cidades de oito estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, onde o índice de médicos fica abaixo de 2,7 profissionais para cada mil habitantes.
Chioro disse ainda que o objetivo do edital é fazer com que as cidades que quiserem receber cursos de medicina se comprometam a fazer melhoras em infraestrutura médica.`Não vamos mudar os parâmetros de qualidade para atender regiões`, disse. As cidades que quiserem participar do edital terão de comprovar condições de infraestrutura para ter os cursos. Entre os critérios de seleção, é preciso oferecer cinco leitos na rede pública de saúde por aluno e o mínimo de 250 leitos por unidade médica. As cidades têm de ter no mínimo 50 mil habitantes e não ficar a menos de 75 quilômetros de distância de outro centro de formação. As capitais estão excluídas do processo de seleção de cursos que serão ofertados por universidades privadas.
Fies – Em meio à crise envolvendo repasses do Programa de Financiamento Estudantil (Fies), o ministro interino da Educação, Luiz Cláudio Costa, disse ainda que o governo continuará expandindo o crédito `apesar dos ajustes feitos na economia` e a previsão de cortes no orçamento nos próximos dias, como parte do esforço para atingir o superávit primário de 66 bilhões de reais. `O governo vai continuar com a sua expansão, fazendo os ajustes, mas não abrindo mão da expansão do ensino superior`, afirmou.
Costa deu como exemplo a criação de 210 mil vagas mesmo com a contenção orçamentária implementada no primeiro trimestre, o que levou os estudantes e as instituições de ensino a buscar alternativas para manter as aulas – entre elas, o financiamento em bancos privados. `Apesar dos ajustes, o governo mantém seu comprometimento com o ensino superior, mais 1,9 milhão de vagas continuam (dentro no Fies)`, disse. O ministro cedeu o lugar ao filósofo Renato Janine Ribeiro, que assumiu a pasta nesta segunda(6).
Fonte: Veja