Como nasceu o projeto

Em 2016, o Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, receberá um dos maiores eventos esportivo mundiais: As OLIMPÍADAS RIO 2016, com os jogos olímpicos e paraolímpicos. O grande evento beneficiará a economia do Brasil por meio do turismo e da geração de postos de trabalho.

Apesar das ações socioeducacionais do governo e dos organizadores dos jogos, grande parte da população que encontra-se em situação de pobreza e de risco social, ainda se encontra afastada do ambiente olímpico.

Diante deste cenário, a ação episcopal da Igreja Católica da Alemanha Adveniat criou o projeto “O Rio se move” (movimento da Adveniat e das pessoas da Alemanha em prol das necessidades do Rio), e, em parceria com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Conferência Nacional dos Religiosos do Brasil (CRB NACIONAL), propôs para o Vicariato Episcopal para a Caridade Social e para a Pastoral do Esporte da Arquidiocese do Rio de Janeiro a realização da Campanha “O Rio se Move”, na cidade-sede dos jogos olímpicos.

O objetivo foi criar um projeto que desse continuidade na formação do caráter, da vida e da perspectiva de jovens que encontram-se em situação de pobreza e de risco social da cidade do Rio de Janeiro. Nasceu então, o projeto Medalhas de Valores.

A partir das ações do projeto “Medalhas de Valores”, abraçado pela Arquidiocese do Rio, e realizado exclusivamente na cidade do Rio de Janeiro, a CRB Nacional vem propor às instituições educacionais e eclesiais abraçar a ideia que visa contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e solidária, ampliando o horizonte para além da cidade do Rio de Janeiro, durante e após o grande evento “Olimpíadas Rio 2016″, com o desejo de realizarmos, pelo Brasil, várias atividades socioeducativas, esportivas e de solidariedade que contemplem e envolvam tantos nossos educandos e/ou paroquianos quanto aqueles e aquelas crianças e adolescentes que se encontram em situação de vulnerabilidade social. Ou seja, apresentamos e propomos aqui o Projeto “Viva a Solidariedade!”, o qual poderá ser aplicado nas escolas católicas, obras sociais (católicas ou não), organismos eclesiais que prestam serviço pastoral para crianças, adolescentes e/ou jovens, dentro do período de tempo que vai desde abril de 2016 a julho de 2017, compreendendo o período pré-olímpico e pós-olímpico do evento internacional.

O que nos move

Na proposição de tal projeto, move-nos a urgência do anúncio do Reino de Deus aos diversos rincões deste nosso imenso Brasil. De fazer chegar aos mais pequenos, aos vulneráveis socialmente, às crianças, aos adolescentes e jovens a experiência do encontro pessoal com Jesus Cristo, o homem de Nazaré que revelou ao mundo o rosto misericordioso de Deus Pai.

Nos passos da nova evangelização, queremos anunciar tal amor e misericórdia divina por meio do esporte, da solidariedade, do diálogo com o diferente, da escuta atenta de como superar fronteiras invisíveis entre nós humanidade.

Impulsiona-nos a Palavra de Deus, as palavras de Papa Francisco que nos convida a sermos igreja em saída: “Ninguém está excluído da esperança da vida, do amor de Deus. A Igreja foi enviada a despertar por toda a parte esta esperança, especialmente nos lugares em que está sufocada por condições existenciais difíceis, às vezes desumanas, onde a esperança não respira, sufoca-se. Precisa do oxigênio do Evangelho, o sopro do Espírito de Cristo ressuscitado, que volta a acender nos corações. A Igreja é a casa cujas portas estão sempre abertas, não apenas para que ali cada um possa encontrar acolhida ou respirar amor e esperança, mas também para que possamos sair e levar este amor e esta esperança.”

Ao centro de nossa ação a pergunta de Papa Francisco: “Que tipo de mundo queremos deixar a quem vai suceder-nos, às crianças que estão a crescer?” (LS, 160). Trata-se de uma pergunta que não toca apenas o meio ambiente de maneira isolada, porque não se pode compreender a questão de modo fragmentado, e isso conduzem a um questionamento sobre o sentido da existência e sobre os valores que estão na base da vida social.

Neste sentido, a CRB Nacional, em parceria com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e com a Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC), vem apresentar este projeto “Viva a Solidariedade!” às instituições educativas católicas, da Educação Básica e do Ensino Superior, e às organizações eclesiais que desenvolvem seu serviço pastoral com crianças, adolescentes e jovens, com o intuito de serem parceiras na promoção e execução de tal projeto, de acordo com sua identidade institucional e eclesial, de acordo também com sua diversidade regional e urbana e com seu calendário de atividades pedagógico e pastoral.

De caráter social, o Projeto “Viva a Solidariedade!” propõe-se como instrumento para nortear as ações e atividades que poderão surgir a partir de sua adesão, na perspectiva da transversalidade, que de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, (PCNs) que possibilita na prática educativa, uma relação entre aprender conhecimentos teoricamente sistematizados (aprender sobre a realidade), e as questões da vida real e suas transformações (aprender na realidade e da realidade), podendo ser realizado um trabalho que agregue várias áreas do conhecimento para práxis, ou seja, um projeto transdisciplinar necessário para compreender que a metodologia do projeto comporta uma dimensão social e educacional. Neste sentido, as atividades oferecidas nas obras sociais, escolas e outras organizações eclesiais poderá proporcionar momentos de participação da família e da comunidade local, o que favorece o convívio e fortalecimento de vínculos.

O esporte favorece a equidade nas relações humanas, o princípio democrático, e contribui para realização de um trabalho participativo. Agregar o espírito olímpico nas atividades esportivas, por meio de ações solidárias, irá contribuir para formação humana, em consonância com a ação educativa e as competências vão se transformando em atitudes, que irão se expressar em todos os campos de suas vidas (HASSENPFLUG, 2004).

O que queremos

Objetivo Geral

Proporcionar, por meio do espírito olímpico, momentos de interação entre a família, escola e comunidade, levando em conta os vários contextos sociais, para despertar sentimentos de união e de solidariedade, interesses e propósitos comuns entre os grupos, na superação dos problemas sociais, na promoção da dignidade humana e na formação da pessoa humana por meio do lúdico.

Objetivos Específicos

  • Disseminar valores humanos e cristãos como solidariedade, justiça social, fraternidade e generosidade.
  • Proporcionar a vivencia dos valores humanos e cristãos.
  • Inserir a família nas ações do projeto de acordo com a realidade local.
  • Motivar a prática da cidadania.
  • Executar ações de solidariedade através do esporte.
  • Executar atividades que despertem a consciência ambiental.
  • Vivenciar o espírito olímpico.
  • Integrar modalidades esportivas com outras áreas do conhecimento.
  • Favorecer a socialização e acolhida ao diferente.

Metodologia

– As ações oriundas do projeto “Viva a Solidariedade!” irão acontecer de acordo com as realidades locais/regionais, onde estão inseridas as instituições que aderirem ao projeto.

– As atividades e ações do Projeto “Viva a Solidariedade!” poderão acontecer nos espaços físicos de escolas e obras sociais que serão parceiras no projeto.

 – As atividades e ações ofertadas devem estar de acordo com as disponibilidades da grade horária escolar e programações do calendário escolar ou institucional.

 – A participação da família é de suma importância para alcançar os objetivos do projeto, pois a mesma tem grande influência, através de sua participação.

 – Faz-se necessário uma escuta atenta da realidade local, do contexto onde está inserida à instituição educativa que aderir ao projeto, para que possa propor práticas solidárias, por meio do esporte, que alcancem e envolvam a comunidade local.

 – Ao aderir ao Projeto “Viva a Solidariedade!”, a instituição educativa deverá fazer os registros de suas ações e enviá-los à equipe nacional que acompanha, anima e monitora as várias ações do Projeto em todo o Brasil. Instrumentos de avaliação serão utilizados pelo professor, como fichas individuais ou relatório de atividades.

– A partir deste projeto, as equipes pedagógicas e pastorais deverão elaborar seu projeto específico que atenda ao seu contexto e às suas demandas específicas.

– O projeto “Viva a Solidariedade!” terá um hotsite, de caráter nacional, para servir de diário de bordo das ações realizadas pelo Brasil a fora, para hospedar informações necessárias e de suporte para as instituições que aderirem ao projeto e para propagar a Boa Notícia do Reino de Deus por meio do esporte.

– As atividades serão orientadas por profissionais da área de educação física escolar, orientadores educacionais, pedagogos e monitores escolares. Dentre estes profissionais, a instituição educativa e/ou organização eclesial indicará como o coordenador do projeto local, o qual manterá contato com a equipe nacionais do Projeto “Viva a Solidariedade!”.

– Para avaliar o impacto do projeto na vida dos alunos e participantes do projeto, serão utilizados questionários ou entrevistas semiestruturadas com pais, e ou responsáveis, membros da comunidade escolar, como diretores e professores e gestores das obras sociais.

– Como parte conclusiva do projeto, a equipe nacional organizará um evento nacional para celebrar a caminhada e parceria na promoção da vida de nossas crianças e nossos adolescentes e jovens.

Propostas de ações

O Projeto “Viva a Solidariedade!” é um instrumento motivador para as escolas católicas, para as obras sociais e organizações eclesiais que aderirem ao projeto, para que, abraçando o espírito olímpico, possam conciliar as atividades esportivas, o tema Olimpíadas, com práticas sociais solidárias e humanitárias que alcancem às crianças, os adolescentes e jovens que se encontram em situação de vulnerabilidade social, em situação de risco de violência e exploração sexual, em situação de marginalização. Muitas são as realidades contrastantes em que essas instituições educativas e eclesiais encontram-se inseridas.

Assim, nesta seção, não queremos aqui direcionar as ações a serem feitas, mas abrir o “leque” de opções das ações que poderão surgir, por parte de cada instituição, na adesão do projeto e na convicção de que cada ação pedagógica é uma ação missionária. A seguir, apresentamos algumas propostas:

– Inserir os objetivos do projeto nos planos de aula;

– Exposição verbal do professor sobre temas relacionados aos objetivos geral e específicos do projeto, estimulando a sensibilização, percepção, e reflexão das crianças, jovens e adolescentes;

– Planejamento de algumas propostas didáticas dos conteúdos de ensino das disciplinas com os objetivos do projeto por parte dos professores;

– Elaborar em conjunto atividades e ações do projeto para estimular o crescimento pessoal e o desenvolvimento para as diferenças individuais e a integração social;

– Trabalhar em grupo para divisão de tarefas para as ações do projeto;

– Contemplar temas como direitos humanos, valores cristãos, educação socioambiental, diversidade cultural nos planos de aula dos professores;

– Propor gincanas solidárias, envolvendo a comunidade escolar em prol que alguma instituição ou organismo que prestem serviço na promoção da vida e dignidade humana das crianças e dos adolescentes;

– Abrir as portas da escola para dia de lazer e esporte com as crianças e adolescentes de obras sociais contatadas, conforme o contexto local;

– Promover o intercâmbio cultural entre as crianças das escolas católicas de uma região com as crianças indígenas e/ou quilombolas da região amazônica, com o apoio da Comissão Episcopal de Pastoral para Amazônia;

– Realizar atividades que contemplem a sustentabilidade e consciência ecológica, conciliando-as com a prática esportiva;

– As paróquias poderão realizar atividades lúdicas, nas quais aplicar o espírito olímpico proposto pelo projeto, com o público da catequese, da Pastoral da Criança, Infância Missionária, entre outros.

– As instituições que aderirem ao projeto, poderão fazer um mapeamento do bairro onde estão inseridas para ver se existe alguma instituição beneficente que possa ser contemplada com o projeto, reforçando assim a dimensão escola-comunidade;

– Os grupos juvenis, das escolas, paróquias e outros organismos, podem ser considerados grupos de articulação e de apoio ao projeto;

– Por meio do projeto “Viva a Solidariedade!”, pode-se realizar campanhas de conscientização social sobre situações dramáticas que envolvam às crianças e os adolescentes, como, por exemplo, a campanha Defenda-se.

Enfim, eis algumas propostas de ações que podem ser abraçadas, desenvolvidas de acordo com o contexto social e geográfico, com o espaço aberto para que mais propostas possam ser feitas, multiplicando o bem e o propósito maior do projeto: que nossas crianças, nossos adolescentes e jovens, possam sentir, por meio do espírito olímpico, pelo lúdico, que Deus é Pai de todos e deseja a cada um e cada uma a vida plena!

Público-Alvo e impacto social

Público-alvo:

Crianças, adolescentes e jovens das escolas católicas, das organizações eclesiais e das obras sociais.

Impacto Social

Ao ser abraçado por uma instituição e/ou organismo eclesial, almejamos com o projeto “Viva a Solidariedade!” que a profecia do Reino de Deus e o anúncio do Amor de Deus Pai alcance as crianças, os adolescentes e os jovens espalhados pelos rincões deste nosso imenso país, em seus diversos contextos sociais e geográficos, levando em conta os desafios que enfrentam e os sonhos que carregam dentro de si.

Outro resultado esperado é a consolidação do protagonismo infantil e juvenil, como modo de combate às diversas facetas da violência e às explorações sexual e laboral que ambos os atores sociais enfrentam.

Que se possa repercutir na sociedade local e nacional, por meio do projeto “Viva a Solidariedade!”, que o espírito olímpico, no seio da Igreja Católica, é a manifestação do espírito de comunhão e solidariedade que nos irmana como cristãos ativos e atentos às demandas de nossos irmãos mais fragilizados.

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