Apresentação
Neste dia 19 de março, a Igreja celebra solenemente São José, esposo da Virgem Maria. “A admiração silenciosa e o culto firmado a São José têm as suas fundamentações, que devem ser como que garimpadas em meio às alternâncias da história e das vicissitudes do povo de Deus”, diz Frei Hugo D. Baggio. E, segundo o frade, como a Abraão, dele também foi exigida uma carga de fé quando se viu diante do inexplicável mistério. “E ele suportou a prova, venceu o teste. Ficou firme na sua posição, enfrentou o futuro, e a partir daí entrou em cheio na vida de Cristo e de Maria. Exige-se uma sensibilidade muito afinada com a vontade de Deus para perceber suas ordens através de sinais. E José o fará muitas vezes, sempre no silêncio”.
É esse silencioso “sim” que aborda Leonardo Boff, autor de um belo livro sobre São José, publicado pela Editora Vozes. “Esse silêncio não é mutismo de quem não tem nada a dizer. José teria muitíssimo a dizer. Ele, sendo justo, no sentido que aclaramos acima, certamente irradiou ao seu redor mais pelo exemplo que pelas palavras. Entretanto, quando as coisas são grandes demais, simplesmente calamos”, diz o teólogo.
Frei José Ariovaldo da Silva faz uma introdução detalhada de como nasceu a devoção ao esposo de Maria no Oriente e no Ocidente até se espalhar por todos os recantos do mundo cristão. “É muito bom sermos profundamente humanos em nossa vida espiritual. Pensar e viver a vida espiritual também com o coração! E quem assim fizer, sem dúvida encontrará em São José a figura de um pai extraordinariamente bom, inspirador de confiança, animador da esperança, e, sobretudo, criador de serenidade decidida. Parece que a história da devoção a São José nos ensina isso”, diz Frei José, refletindo também liturgicamente a solenidade.
Pe. Pe. Johan Konings, SJ, também comenta a liturgia do dia: “São José aparece como o homem responsável, fiel e prudente, a quem Deus confiou seu Filho. Nós temos o costume de achar que responsabilidade só diz respeito ao que nós mesmos fazemos. Mas muito maior é a participação quando nos tomamos responsáveis por aquilo que não tem em nós a sua origem”, observa.
Na sua reflexão, Frei Almir Guimarães destaca José como aquele a quem foram confiados os mistérios da salvação: “A criança que nasce de Maria, que precisa de leite, de pão, de atenções, de cuidados será objeto das atenções de José que chamamos de Pai nutrício do Filho de Deus feito carne. José será o homem da ação de todos os dias e da ininterrupta contemplação dos adoráveis mistérios de Deus”, observa Frei Almir.
Citada pelos articulistas deste Especial, não poderíamos deixar de apresentar a bela exortação apostólica de São João Paulo II, sobre a figura e a missão de São José: Redemptoris Custos.
Encerramos o Especial com uma oração a São José e a música “Meu Bom José” de Rita Lee. Boa leitura!
São José, a santidade ao cotidiano
Quando celebramos a memória dos santos temos sempre, como pano de fundo, a realidade da comunhão dos santos. Deus não é um Deus dos mortos, mas dos vivos. Quem morre na graça de Deus, vive junto de Deus e, concomitantemente, perto de nós. Os habitantes do céu, celebrando a liturgia celeste, intercedem por seus irmãos da terra. Os santos são nossos precursores e representam de maneira viva nosso futuro. Eles veem ao nosso encontro na medida em que nossa vida mortal vai se tingindo das cores da eternidade.
Leia mais clicando aqui
José das poucas palavras
Quando nos detemos na figura de São José, no primeiro instante, pode parecer uma figura grande, importante, entrosada no plano de Deus, presente no momento augusto da história do homem, quando Deus vem estabelecer sua tenda na terra, tenda que José ajudou a fixar para que os ventos adversos não a derrubassem no primeiro instante de sua fixação. Além disso, São José mora profundamente na devoção do povo de Deus, talvez mais fortemente do que aparece na liturgia e nas fórmulas de louvor com que a Igreja celebra os seus homens ilustres, de cuja seiva se alimenta no decorrer dos séculos, e talvez mesmo além dos próprios tratados teológicos, tão parcos em comentar São José. Muitas igrejas e oratórios lhe são dedicados, muitos locais lhe ostentam o nome, inclusive o mês de março lhe é, de modo particular, consagrado. Muitas pessoas o homenageiam tomando-lhe o nome, fora de dúvida um dos mais populares. Em alguns países sua devoção é promovida de forma mais arrojada, enquanto em outros passa algo despercebida.
Leia mais clicando aqui
O silêncio de José
Um dos pontos impressionantes é o manto de silêncio que pesa sobre São José (23). Não sabemos praticamente nada de sua biografia. São Mateus na sua genealogia diz que seu pai era Jacó (cf Mt 1,16). São Lucas, na genealogia que constrói remontando de Jesus até Adão, diz que é Heli (cf. Lc 3,23). Em outras palavras, não sabemos exatamente qual deles é o verdadeiro pai. Não sabemos com que idade casou com Maria. Nem com que idade faleceu. Alguns acham que logo após a ida oficial de Jesus ao Templo de Jerusalém, com a idade de 12 anos, idade da maturidade de um jovem judeu. José teria cumprido sua missão de ser “o guardião do Salvador”, como o chama a Exortação apostólica sobre São José, de João Paulo II, Redemptoris Custos, e poderia, então, desaparecer da cena.
Leia mais clicando aqui
São José, entre a devoção e a liturgia
Antes de tudo um esclarecimento. Ao falar aqui de «devoção», refiro-me ao aspecto histórico da devoção a São José, a saber, procurarei oferecer algumas informações históricas gerais sobre esta devoção, para então desembocarmos na liturgia atual da festa do santo patriarca, atendo-nos exclusivamente à missa do dia. Com isso, creio poder oferecer ao leitor (a) elementos suficientes para a reflexão e enriquecimento espiritual.
Leia mais clicando aqui
José, a quem foi confiado os mistérios da salvação
Solenidade de São José, esposo de Maria
2Sm 7,4-5.12-14.16; Rm 4,13.16-18.22; Mt 1,16.18-21.24
Frei Almir Guimarães
Com respeito, carinho e grande veneração nos aproximamos da figura de José, o esposo da Virgem Maria. A esse descendente da casa de Davi foram confiados os mistérios da salvação.
Leia mais clicando aqui
Oração a São José
Anuncia, ó José,
ao teu antepassado Davi
as maravilhas:
tu que viste a Virgem dar à luz,
tu que adoraste com os reis magos,
tu que glorificaste com os pastores,
tu que foste instruído pelo anjo
suplica a Cristo-Deus,
para que salve as nossas almas!
da Liturgia Bizantina