A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC), participou na manhã de hoje (25) da IV Audiência Pública sobre a BNCC, realizada no Auditório da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, em São Paulo.
Na ocasião estiveram presentes associadas da ANEC representada pelo Ascânio João Sedrez, do Colégio Marista Glória, Antônio Henrique de Andrade, do Colégio Notre Dame Ipanema, Elizabeth Castanheira Cavalvanti de Carvalho, do Colégio Notre Dame Ipanema, além deles, Pe. Roberto Duarte Rosalino membro da diretoria da ANEC e Luciana Rodrigues de Oliveira, assistente administrativa estadual da ANEC.
Na ocasião, prof. Ascânio, falou sobre a ANEC e iniciou a fala dizendo que a Associação congrega mais de 2 mil escolas, 130 instituições de Ensino Superior, totalizando 2,5 milhões de alunos e aproximadamente 100 mil professores e funcionários, presente em todo o Brasil e com presença notória nesta região Sudeste.
Nesta audiência, representantes da Associação preparam um texto como forma de contribuírem no texto final da BNCC. Neste documento a ser entregue, prof. Ascânio disse da necessidade de destacar alguns aspectos considerados cruciais, especialmente em se tratando do diálogo com o principal organismo normativo da Educação Brasileira, o Conselho Nacional de Educação.
Dentre os pontos de destaque descritos no texto estão:
1. Preocupação muito específica com a pretendida antecipação do término da alfabetização para o 2º ano do Ensino Fundamental, em total desencontro com o processo tão trabalhado e fundamentado do ciclo de alfabetização;
2. Reivindicação da necessária presença do Ensino Religioso na BNCC, como área de conhecimento e como disciplina, especialmente nos cenários contemporâneos que exigem diálogo e tolerância, inclusive no que concerne às buscas humanas de um sentido profundo para a sua existência; há que se cumprir a Constituição e a LDB, garantindo a não manipulação posterior nos estados, como já aconteceu ao se regulamentar a lei federal;
3. Solicitação de uma revisão do componente História, mormente acerca das ênfases da atual 3ª versão: restrições inexplicáveis na extensão e nas perspectivas abordadas, com um quase esquecimento da História da África, da América Latina e das Nações Indígenas, bases fundamentais para a percepção de nossas identidades como nação plural e rica em nuanças;
4. É preciso retomar, no componente Língua Portuguesa, por sua importância estratégica na escola, a perceptível falta de diálogo entre as habilidades (constituídas como objetos de conhecimento) e as competências (necessariamente entendidas como entrelaçamentos ricos entre as próprias habilidades);
5. E como questionamento final, considerando os princípios de uma educação, inevitável e legalmente, inclusiva: como lidar com a rigidez de uma BNCC, com derivações nos processos de avaliação, inclusive em larga escala, considerando os cenários educativos da diferença, da diversidade, das deficiências e das altas habilidades???
“No texto a ser entregue, aprofundamos estes e outros posicionamentos como contribuição da ANEC na Região Sudeste, comprometida, desde sempre, com a educação de qualidade”, afirmou o professor.
As audiências já ocorreram em quatro estrados, a próxima será no dia 11 de setembro, em Brasília.