“A missão da educação católica é desenvolver um senso de verdade e do que é bom; e essa missão é realizada através de uma rica jornada de muitas experiências”, afirmou a diretora do Departamento de Admissão na King’s University College, Ontário, Canadá Tracy Cunningham, durante o Fórum de Pastorais realizado na tarde de ontem (20) segundo dia do IV Congresso Nacional de Educação Católica. A palestrante abordou o tema Valor da educação católica no século 21.
Tracy destacou os desafios atuais e futuros, como, por exemplo, a excessiva interação dos estudantes com a tecnologia e a necessidade de integrar o ensino com estes novos meios. “Ao invés de sentir medo de que a tecnologia reduza as interações sociais, as escolas católicas podem oferecer uma nova perspectiva, criando uma ponte entre o progresso tecnológico e o desenvolvimento humano”, disse.
Citando o Papa Francisco, a professora também abordou a necessidade de promover a construção de um mundo de paz e união a partir do diálogo. “Em um discurso no dia 9 de fevereiro deste ano, o Papa Francisco disse: ‘ eu tenho uma expectativa que eu gostaria de compartilhar com vocês: a contribuição da educação na semeadura da esperança. Estou convencido que os jovens de hoje precisam, acima de tudo, levar uma vida que construa o futuro’. “
A conferencista também abordou um ponto essencial para a consolidação da educação católica: a empatia. Citando a autora Belina Parmar, Tracy afirmou que “é a nossa humanidade que será o melhor jeito de combater a automatização da vida, pois a nossa empatia é algo que os computadores sempre lutar para simular”, disse.
Abordando a responsabilidade social que é conferida às instituições de ensino que se declaram como católicas, Tracy cita o Papa João Paulo II, que afirma que as instituições católicas são definidas por: 1) compartilhar visão e metas cristãs; 2) refletir a luz da fé; 3) serem fieis à tradição; e 4) comprometer-se a servir.
Em seguida, o professor da Faculdade Padre João Bagozzi e assessor do setor de Universidades/CNBB Humberto Herrera Contreras, falou sobre o currículo evangelizador, apontando três pontos principais na discussão. “Em primeiro lugar, a escola católica é confessional. Não tem por onde não ser; pela sua memória, história, cultura e carisma”, disse, afirmando que a escola católica que não for confessional perde sua identidade.
O segundo tópico trabalhado por Herrera em sua exposição foi a postura de todos como agentes de pastoral nas escolas católicas. “O currículo evangelizador perpassa por toda a vida da escola: convivência, regulamento, setores de aprendizado etc. É um desafio muito bonito”, pontuou.
Herrera foi assertivo em seu terceiro tópico, ressaltando a necessidade de evangelizar na escola. “ O ensino religioso na escola católica não é uma extensão da pastoral, mas uma área de conhecimento. A escola é espaço de evangelização e é importante que isso seja dito. O destaque das escolas católicas é a qualidade do ensino, mas deve-se chamar a atenção para a necessidade de reforçar o lado de pastoreio”, disse.
Por último, o professor Antônio Boeing, da Unisal (SP), abordou o caráter pastoral e social da igreja dentro das escolas. “Temos igreja católica na sacristia e nas fronteiras onde a vida está comprometida. E além disso, temos os carismas congregacionais. A partir dessa riqueza da identidade e do carisma é que nasce o projeto pedagógico pastoral, que tem uma função social. Se a escola pertence à congregação que nós trabalhamos, ela é privada, mas o que se faz dela é público. É para a sociedade”, afirmou.
O professor também ressaltou a responsabilidade da escola no pastoreio e na consequente formação de uma comunidade. “A gente sonha um modelo de educação católica. E para que se crie esse modelo, temos uma responsabilidade que devemos assumir de forma individual, grupal, institucional ou social. Se a gente não assumir a responsabilidade nesses níveis, não vamos atingir a comunidade sonhada e desejada”, exortou.
Boeing também ressaltou a necessidade de não separar educação e pastoreio para que a boa nova seja disseminada, e para que isso seja feito da melhor maneira, é preciso analisar as necessidades da sociedade para que as duas ações sejam feitas em conjunto. “Não dá para dissociar educação de evangelização ou evangelização de educação, para ser uma ‘boa notícia’. E para isso temos que fazer escolhas a partir das inquietações e necessidade. Atualmente, há quatro ‘pobrezas’ na sociedade: intelectual, afetiva, espiritual e material”.
Para que nossos alunos atuem na sociedade. E aí nós podemos até representar dessa forma, onde vamos fundamentar uma escola em pastoral, vamos sempre voltar para o evangelho. Mas isso não é tão tranquilo, porque a leitura feita do evangelho da tradição cristá e católica é mto diversa. O que é ser uma escola católica dentro da diversidade. TRemos católicos de esquerda, de centro, de direita, de xiitas, fundamentalistas… então o que é ser cristão católica? Uns vivem mto o social, outros vivem mto pra dentro….nós temos igreja católica na sacristia e nas fronteiras onde a vida tá comprometida. Além disso a gente tem a leitura do carisma congregacional. A atualização do que a fundadora e o fundadora propôs também não tem uma atualidade. Nós vamos buscar na história aquilo que nos responder às perguntas do presente. E desta riqueza da identidade e do carisma, que nasce o projeto pedagógico pastoral ou educativo pastoral.