Ariano Vilar Suassuna, advogado, professor, teatrólogo e romancista, morreu nesta quarta-feira (23), aos 87 anos. Ele estava internado desde a noite de segunda (21) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Português, onde foi submetido a uma cirurgia na mesma noite após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) do tipo hemorrágico.
Paraibano, fundou o Movimento Armorial nos anos 70, que tinha como objetivo utilizar a cultura popular para formar uma arte erudita. Foi autor de obras que alcançaram grande sucesso popular, como a peça Auto da Compadecida, uma das mais encenadas pelo teatro brasileiro e adaptada algumas vezes para a televisão e o cinema.
Suassuna ocupava, desde 1990, a cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras e soube como poucos revelar as nuances da cultura nordestina.
O primeiro contato com o circo e com peças colegiais, no sertão paraibano, até a diversificada biblioteca que encontrou em uma escola do Recife quando ainda era estudante do ensino fundamental, deixou um legado inegável na literatura, no teatro, nas artes plásticas e na música. Ariano nasceu em 16 de junho de 1927, em João Pessoa, e cresceu no Sertão paraibano. Mudou-se com a família para o Recife em 1942. Mesmo com os problemas na saúde, ele permanecia em plena atividade profissional. “No Sertão do Nordeste a morte tem nome, chama-se Caetana. Se ela está pensando em me levar, não pense que vai ser fácil, não. Ela vai suar! Se vier com essas besteirinhas de infarto e aneurisma no cérebro, isso eu tiro de letra”, disse ele, em dezembro de 2013, durante a retomada de suas aulas-espetáculo.
Ele foi o terceiro escritor brasileiro de renome falecido nos últimos dias. Na sexta-feira (18), morreu o baiano e também acadêmico João Ubaldo Ribeiro. No dia seguinte, faleceu o paulista Rubem Alves.