Dois programas do governo federal, o Universidade para Todos (Prouni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), tornaram mais fácil o acesso de estudantes carentes às faculdade privadas. Juntos, eles já respondem por mais de 30% das matrículas em universidades particulares. O Prouni já concedeu bolsas, integrais ou parciais, a mais de 1,2 milhão de estudantes desde sua criação, em 2005.
Luis Cotinguiba, de 26 anos, formada em Relações Internacionais pela PUC-RJ, foi um dos beneficiados em 2009. “Era para eu começar o curso no primeiro semestre, mas como ainda não tinha dinheiro para morar no Rio, voltei para Cuiabá para trabalhar, e comecei no segundo”, diz. Já Cecília Cudischevitch, de 25 anos, formada em Biomedicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), decidiu fazer Medicina e contraiu um financiamento pelo Fies. “No geral, é bem simples”, disse. Nem mesmo para tomar a decisão, Cecília teve dificuldades. “Como eu faço Medicina, espero ter um retorno financeiro bom e acredito que não vá ser um problema pagar.”
O raciocínio feito pela estudante é exatamente o recomendado por Rodrigo Capilato, diretor executivo do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp). “O aluno precisa considerar sua vocação, mas também as chances de estar empregado e o salário que poderá obter”, diz . Ele destaca que as condições do Fies são favoráveis, tanto é que, desde a redução das taxas do programa, anunciadas em 2010, a inadimplência do setor vem caindo.
Fonte: O Estado de S. Paulo