Por Pablo Mundim, Jornalista da ANEC
A comunidade católica do Brasil está em festa. Os trabalhos minuciosos nos diferentes estados da Federação apontam para o maior e melhor evento dos últimos anos da história da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que em 2013 será realizado no Rio de Janeiro (RJ).
Inédito no país, o evento foi criada em 1986 pelo então João Paulo II e já reuniu, segundo estimativas do Vaticano, aproximadamente 13 milhões de jovens católicos, e não católicos, ao longo de 25 anos. Até hoje, nove cidades já receberam a jornada: Buenos Aires, na Argentina (1987); Santiago de Compostela, na Espanha (1989); Czestochowa, na Polônia (1991); Denver, nos Estados Unidos (1993); Manila, nas Filipinas (1995); Paris, na França (1997); Toronto, no Canadá (2002); Colônia, na Alemanha (2005); e Sidney, na Austrália (2008).
Durante a última edição, realizada em Madri (Espanha), o papa Bento 16 confirmou presença no Brasil para a próxima Jornada. A vinda do Papa será a segunda visita do pontífice ao Brasil e a primeira ao Rio. Ele esteve no país em maio de 2007, mas visitou apenas São Paulo e o santuário de Aparecida do Norte (SP). Antes de se tornar papa, Joseph Ratzinger esteve no país duas vezes: a primeira delas em 1985 e a segunda em 1990.
Os símbolos de representação da Jornada Mundial da Juventude, Cruz da JMJ e o Ícone de Maria, já estão cumprindo um itinerário pelas paróquias do Brasil. Os ícones desembarcaram no mês de setembro do ano passado e vão peregrinar por todo o país e também pelos vizinhos do Cone Sul. Os símbolos foram recebidos em São Paulo e percorrerão todas as 17 regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Até o dia 30 de outubro, a Cruz da JMJ e o Ícone de Maria passaram pelas sete províncias eclesiásticas do Regional Sul 1 da CNBB, que corresponde ao estado de São Paulo. Depois, os símbolos seguiram para o Regional Leste 2 — composto por Minas Gerais e Espírito Santo, onde ficaram ao longo de todo o mês de novembro. No mês seguinte, foi a vez do Regional Nordeste 3, composto pelos estados da Bahia e de Sergipe.
A peregrinação seguirá ao longo de todo o ano de 2012. Em dezembro do ano que vem a Cruz e o Ícone deixam o Brasil e visitam os vizinhos Paraguai, Uruguai, Chile e Argentina. Já em Janeiro de 2013, retornam para concluir o itinerário no Sul do Brasil. A etapa final acontecerá no Sul de Minas, no Vale do Paraíba (SP) e, finalmente, no Estado do Rio de Janeiro, aonde os símbolos chegam em abril de 2013. Em Brasília, a passagem da Cruz da JMJ e do Ícone de Maria está prevista para os dias 12 e 13 de maio. Toda a articulação e os preparativos para a festa na capital federal estão sendo feitos pela ANEC e pela Arquidiocese local.
Reuniões entre representantes da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil e o arcebispo do Distrito Federal, Dom Sérgio da Rocha, além de diretores de escolas católicas do DF, dirigentes de Instituições de Educação Superior (IES), presidentes de Entidades Mantenedoras, diretores de Obras Sociais, coordenadores de pastoral e de catequese, estão sendo fundamentais para que o evento ocorra conforme o programado. No Rio de Janeiro, a festa, em 2011, teve show musical, apresentações artísticas de dança e teatro.
De acordo com o membro da Comissão Administrativa da CNBB para a Jornada Mundial da Juventude, Hugo José Cysneiros, são esperadas cerca de 200 mil pessoas para o evento que vai ocorrer em Brasília. “Esperamos uma grande participação popular, uma vez que os ícones não apenas serão expostos e participarão do evento na Esplanada do Ministérios, mas também passarão no dia 12 de maio por diversas paróquias nas principais e maiores Regiões Administrativas do Distrito Federal e finalizará o primeiro dia com a celebração do Bota Fé. No dia seguinte, que é dia das Mães, dia de Nossa Senhora de Fátima e é um domingo — ou seja, existem três fatores bem convergentes —, ela estará exatamente na Igrejinha de Fátima, onde já tradicionalmente o volume de pessoas é muito grande”, destaca.
Hugo Cysneiros enfatiza que o foco da peregrinação é o fiel, o povo, a juventude sobre tudo. “Este evento foi pensado desde o primeiro momento especificamente para o jovem, tanto que o nome dele em português (Jornada Mundial da Juventude) ou em inglês (Dia Mundial da Juventude) tem a figura do jovem como o sujeito central. E o evento completa tantos outros que a Igreja promove em outras searas como a família, a vida consagrada, entre outros. Como isto pode representar um reforço ou reavivar a fé da juventude? Primeiro, é demonstrando que a juventude é protagonista na Igreja, assim como é muito importante. Segundo, a Igreja deposita na juventude a continuação de seu espaço, da sua obra, da sua missão. Portanto, é um chamamento muito forte e nunca esquecendo que quem o fez foi o Papa João Paulo II, o que de fato dá um apelo muito forte à juventude.
O membro da Comissão Administrativa da CNBB acredita que o evento reunirá cerca de quatro milhões de pessoas no Rio de Janeiro em 2013. “A uma expectativa que o evento tenha uma participação expressiva, uma vez que a última JMJ na América Latina ocorreu na década de 80 e logicamente não desconsiderando que o Brasil é o país com a maior população católica do mundo e também temos vizinhos que o catolicismo é muito forte. Fala-se, sem muito exagero, cerca de quatro milhões de participantes. É um desafio, obviamente, uma vez que há necessidade de preparação para o evento”, complementa Hugo Cysneiros.